Contraventor mandou seu contador
"passar dinheiro para o deputado Leréia, não sendo possível identificar a
que título".
O contraventor Carlinhos Cachoeira mandou entregar propina
"embrulhada em jornal" para o deputado federal Carlos Alberto Leréia
(PSDB-GO). A informação consta de relatório da PF. O documento esmiúça as
relações próximas de Cachoeira com o parlamentar.
Os dados são apontados no capítulo
intitulado "transações financeiras" envolvendo o contraventor e o
deputado tucano. A PF assinala que Cachoeira manda Geovani Pereira da Silva,
seu contador, "passar dinheiro para o deputado Leréia, não sendo possível
identificar a que título".
Grampos da PF flagraram diálogos entre
Cachoeira e Leréia. Também caiu no grampo o contador Geovani, foragido. O
contraventor o chama de Geo e pede que providencie pagamentos em dinheiro a
Leréia. Em 1.º de agosto de 2011, às 14h34min, Cachoeira recomenda a Geovani
entrega de R$ 20 mil em dinheiro para Leréia "embrulhados em jornal".
Uma assessora do contraventor participa da conversa e informa que o dinheiro
foi colocado em um "envelope quadrado".
A PF cita o deputado Stepan Nercessian
(PPS-RJ) como outro suposto beneficiário de propinas de Cachoeira. Em escuta de
17 de junho de 2011, Nercessian pergunta a Leréia se "entregou a carta que
ele mandou". "Falam de dinheiro que Stepan pediu a Cachoeira",
anota a PF.
Em um grampo é citado
"Marco", que teria recebido R$ 10 mil de Cachoeira. Em 16 de junho,
Leréia comenta com Cachoeira que está em Brasília e vai receber o
secretário-geral da ONU, o coreano Ban Ki-Moon.
A PF juntou aos autos cópia da página
do site do deputado, com a informação: "Deputados Carlos Leréia e Marco
Maia (PT, presidente da Câmara) recebem visita do secretário-geral da
ONU". Leréia e Nercessian não retornaram contatos da reportagem.
Fonte:
Site Jornal A Notícia 26/04/2012
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