Cota mínima de 30% nas nominatas
será exigida nas eleições 2012. A regra que exige a participação de pelo menos
30% de mulheres nas chapas para eleições proporcionais levou às urnas em 2010 uma
série de candidatas "laranjas", aquelas que emprestaram seus nomes ao
partido apenas para cumprir a legislação.
Nas eleições municipais, esta
será a primeira em que a norma será aplicada, e o desafio dos partidos de
preencher a lista feminina deve ser ainda maior, especialmente em cidades
pequenas.
Candidata a deputada estadual em 2010
e presidente do PSD Mulher, Rose Bartucheski admite que há dificuldades em
encontrar mulheres que tenham interesse em participar da vida pública.
— As mulheres não estão mais aceitando
preencher cotas, elas querem seu espaço com dignidade.
Para a deputada estadual Ada de Luca,
terceira vice-presidente do PMDB, todos os partidos terão dificuldades nesta
eleição porque dentro das próprias siglas as mulheres ainda precisam "travar
lutas" para conseguir espaço. Ada acredita que a cota foi uma vitória
feminina.
Assim como ela, a pré-candidata a
prefeita da Capital e presidente do PC do B, deputada Angela Albino, acredita
que as cotas podem ajudar a aumentar a participação feminina na política, mas
diz que essa precisa ser uma medida transitória. Angela afirma que vai
conseguir cumprir a lei e que tem a preocupação de não usar
"laranjas".
Mas a eficiência da medida de cotas é
questionada inclusive por mulheres. A presidente nacional do PP Mulher, Beth
Tiscoski, diz que é contra e acredita que é preciso motivar as mulheres nos
partidos. Ela disse que a sigla incentiva a participação feminina, mas que tem
dificuldades em encontrar mulheres que queiram ser candidatas.
A prefeita de Camboriú e
secretária-geral do PSDB, Luzia Coppi, também concorda que os partidos devem
aumentar a adesão das mulheres não apenas em ano eleitoral.
— Tem que ser feita política
partidária para chamar as mulheres, fomentar mais a participação das mulheres
nos diretórios, chamá-las para as decisões e não lembrar só na época de
campanha — afirma.
A ministra Ideli Salvatti (PT) defende
as cotas, mas acredita que a medida não é suficiente para garantir a
participação. Mesmo reconhecendo que diversos partidos têm candidatas apenas
para preencher a exigência legal, ela diz que já conheceu mulheres que
aproveitaram a brecha e foram eleitas.
Fontes:
site Jornal A Notícia 09/06/2012, pesquisa de campo
Nenhum comentário :
Postar um comentário