O Supremo Tribunal Federal (STF)
começa daqui a pouco a julgar o processo do mensalão e com algumas dúvidas
sobre a participação de dois ministros.
Antonio Dias Toffoli, ligado ao PT no
passado, não anunciou sua decisão. O procurador-geral da República, Roberto
Gurgel, diz estar indeciso se irá pedir a suspeição do ministro.
Outra questão não definida é a participação
do ministro Cezar Peluso, que irá aposentar no início de setembro, quando
completa 70 anos. Embora o presidente STF, Carlos Ayres Britto, tenha previsto
o fim do julgamento em agosto, a votação deve avançar em setembro.
As chances de Carlos Peluso julgar
aumentam se ele puder antecipar seu voto, da sétima para a terceira posição,
mas novas dificuldades podem aparecer com a escolha do modelo do julgamento,
ainda em aberto.
O relator Joaquim Barbosa deverá
indicar se cada ministro dá voto completo ou se haverá separação por bloco
temático, o que também poderia inviabilizar a participação de Peluso.
Antes do início do julgamento nesta
quinta, os ministros terão que analisar uma questão de ordem trazida pelo
advogado Márcio Thomaz Bastos, que defende o ex-dirigente do Banco Rural José
Roberto Salgado.
O advogado questiona o fato de todos
os réus estarem sendo julgados pelo STF, quando apenas três deles tem essa
prerrogativa - os deputados federais Pedro Henry (PP-MT), João Paulo Cunha
(PT-SP) e Valdemar Costa Neto (PR-SP).
Decididas as questões de ordem,
Joaquim Barbosa lê um relatório resumido de cerca de três páginas sobre o caso.
Em geral, os relatórios de casos de impacto têm pelo menos uma dezena de
páginas, mas os ministros decidiram reduzir essa etapa para poupar tempo.
Logo após, o procurador-geral da
República, Roberto Gurgel, falará por cinco horas destacando as conclusões do
Ministério Público sobre a culpa de cada réu. Ele será o único a falar hoje, e
a sessão será encerrada logo após suas considerações.
O julgamento recomeça amanhã com a
participação dos advogados de cinco réus, que falarão por uma hora cada,
começando pelo representante de José Dirceu. Como são 38 réus, a argumentação
da defesa termina no dia 14 de agosto.
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