Basta apenas um voto. Este é o mínimo
necessário para que oito candidatos a prefeito se elejam em Santa Catarina
nestas eleições.
Em oito municípios, os partidos decidiram pelo lançamento de
candidatura única, deixando para o eleitor apenas três opções de voto: no
candidato, branco ou nulo.
Nestes casos, os candidatos precisarão
apenas de um voto porque a legislação determina que, nas cidades com menos de
200 mil habitantes, vence aquele que receber a maioria dos votos válidos.
Como os votos brancos e nulos não são
considerados votos válidos, no dia 7 de outubro bastará apenas o candidato
votar em si mesmo para que ele seja eleito. Em todo o Brasil, são 106
municípios com candidatura única, o que representa 1,9% das 5.568 cidades
brasileiras.
Dos oito candidatos únicos, dois
buscam a reeleição: Alcir José Bodanese (PMDB), de Rio das Antas; e Amarildo
Paglia (PMDB), de Vargeão. Em 2008, houve casos de candidaturas únicas em nove
cidades catarinenses. Em três municípios essa condição se repete quatro anos
depois.
Em Águas Frias, na eleição passada, o
atual prefeito Marino Daga (PT) foi candidato único, apoiado pelo PP, DEM, PSDB
e PMDB. Desta vez, Danilo Daga (PP) encabeça a chapa única, apoiada pelo PT,
PMDB, PSDB, PSD.
Já em Caibi, em 2008, o atual prefeito
Adilar Carlesso (PMDB) conquistou a reeleição sem adversários depois que o PT
local, que representava a oposição, aderiu ao projeto. Agora, o município
mantém a tradição e o petista Dilair Menin (PT) é quem será candidato único em
coligação com o PMDB e PSD.
O outro exemplo é Jardinópolis. Na
eleição passada, o atual prefeito Dorildo Pedorini (PP) foi o único candidato
com apoio do PSDB, PMDB, DEM e PT. Neste ano, a coligação se repete, mas Sadi
Gomes Ferreira (PMDB) é que entra na disputa.
Para o professor de Ciências Políticas
da Universidade de Brasília (UnB), David Fleicher, considera que, por não
permitir alternativas, a existência de candidaturas únicas é ruim para os
eleitores. Para driblar a falta de debates, o professor acredita que a
iniciativa poderia partir da própria comunidade, a partir da discussão das
propostas apresentadas.
_ Poderia haver uma série de
encontros, bairro por bairro, onde o candidato único poderia debater alternativas
de políticas públicas e ouvir os comentários e sugestões dos eleitores _
sugere Fleicher.
O secretário-geral do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), juiz Carlos Henrique Braga, também acredita que,
embora legal, uma eleição com candidato único é ruim para a democracria. Em
entrevista à Agência Brasil, Braga destaca que a falta de debate e de uma
disputa, enfraquece a eleição.
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