Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo
Campos. PT, PSDB e PSB.
Três nomes, três siglas para 2014, referendadas pelos
resultados das urnas na disputas municipais. Consolidado com os votos de 31,7 milhões
eleitores nas 50 cidades em que tiveram segundo turno, o pleito que renovou as
prefeituras abriu oficialmente a nova corrida presidencial. Disputa que começa
com a polarização tradicional entre PT e PSDB, ocupantes do Palácio do Planalto
há cinco mandatos, mas consolida o PSB como potência emergente.
Dilma e Aécio encabeçarão suas chapas.
E ambos sonham com o apoio de Eduardo Campos. Os futuros movimentos do
governador de Pernambuco e presidente do PSB, fortalecido pelo salto de duas
para cinco capitais, são considerados incertos, mas capazes de influenciar os
rumos da eleição de 2014.
Integrante da base de Dilma, Campos
rompeu com o governo em muitas capitais e cidades polo, impondo doloridas
derrotas em Belo Horizonte, Recife e Campinas. Em seu quintal, tirou a
prefeitura que pertencia ao PT e conduziu seu ex-secretário Geraldo Julio à
vitória tranquila sobre o candidato da situação, o senador Humberto Costa (PT).
Já na capital mineira, o governador se
aliou com Aécio Neves em favor do candidato pessebista Marcio Lacerda, que
derrotou Patrus Ananias, afilhado de Dilma. Nesta composição, Campos deu
indícios de que, no futuro, pode fechar com o PSDB para um possível embate
contra o PT, apesar do ensaio de própria candidatura.
O governador não pretende esperar
2018, temente com o crescimento de Fernando Haddad, que entra na fila de
presidenciáveis após o sucesso em São Paulo. Para os próximos dois anos, a
missão do PSB será ampliar a influência, hoje mais concentrada no Nordeste,
para os Estados do Sudeste e Sul.
— Teremos um papel importante em 2014.
Qual será? É uma análise que vamos fazer. Consolidamos uma nova liderança
política, ganhamos musculatura — comemora Beto Albuquerque, segundo
vice-presidente nacional do partido.
Apesar do crescimento do PSB, os
cardeais petistas não demonstram pressa. Preferem, primeiro, reforçar na
reforma ministerial que se avizinha o espaço de seu principal aliado, o PMDB, e
abrir vaga para o PSD de Gilberto Kassab. A questão de Eduardo Campos terá de
esperar.
— É uma conversa para o começo de
2014. O Campos vai avaliar bem se vale a pena se lançar ao Planalto. Se a
economia estiver boa, se a aprovação do governo seguir alta, não vai arriscar —
analisa um interlocutor da presidência.
A vitória de Haddad em São Paulo
reforça o otimismo do partido no quarto mandato consecutivo. Dilma concorrerá
por um partido fortalecido e renovado. Aposta bem sucedida do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, o triunfo de Haddad devolveu à sigla o poder na
maior cidade do país, com orçamento batendo nos R$ 40 bilhões. Ainda
praticamente sepultou as chances de José Serra concorrer ao Planalto,
enfraquecendo o PSDB em seu principal reduto eleitoral.
Fonte:
site Jornal A Notícia 28/10/2012
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