A segunda reforma administrativa do
governo de Raimundo Colombo (PSD) já movimenta os bastidores políticos do
Estado
e a avaliação é que as alterações sejam mais amplas do que a primeira
mudança do colegiado. Com a expectativa da entrada de recursos e o início de
grandes obras, Colombo quer alavancar o governo em seu terceiro ano de mandato.
Nos últimos dias, as conversas sobre
as mudanças do secretariado tem sido constantes, tanto na Casa d'Agronômica,
como no Centro Administrativo. Mas, Colombo tem mantido reserva e a tendência é
que só se anuncie detalhes quando os acordos estiverem costurados.
A interlocutores, o governador tem
dito que a reforma terá um viés mais administrativo, para que o governo consiga
tirar do papel todas das obras projetadas para o Estado.
Após um ano de desgastes, marcado por
dificuldades financeiras causadas pela queda da arrecadação e crises com
servidores da Saúde, Segurança e Educação, Colombo vem destacando que o
terceiro ano de mandato é "o ano de realizações".
Para virar a página, o governador quer
contar com uma nova equipe, para "carregar as baterias". Além de
mudanças de nomes, ele também pode fazer algumas alterações na estrutura de
governo, sendo que a expectativa é que tudo esteja encaminhado até o final do
ano.
Para mexer no colegiado, Colombo
precisa trabalhar com duas variáveis: encontrar os nomes certos para cada pasta
e agradar os partidos que compõem sua base de sustentação. Segundo o vice-governador
Eduardo Pinho Moreira (PMDB), existe muita especulação em torno dos nomes, mas
ainda não há nada acertado.
_ Nas últimas semanas a situação
foi complicada, o governador viajou, depois vivemos as crises na Segurança e na
Saúde. Mas combinamos de conversar nesta semana _ diz o vice-governador.
Presidente estadual do PMDB, Pinho
Moreira afirma que o partido está satisfeito com os espaços e que acredita que
deve ser mantido o mesmo critério de divisão do colegiado: a votação para
deputado estadual.
O PSDB também espera manter os mesmos
postos e o discurso do partido é de apoiar o governo, "remando para
frente". Aliado de Colombo há dois anos sem ter cargos na administração
estadual, o PP também pode passar a dividir o bolo.
Na época em que anunciou o apoio a
Colombo, o PP não reivindicou cargos no governo, mas houve um acerto que de a
questão voltaria a ser discutida após as eleições municipais. O presidente
estadual do partido, Joares Ponticelli, afirma que ainda não discutiu o assunto
com o governador, mas tem a expectativa de que haja uma conversa neste sentido.
_ Houve um acordo mútuo e cada um
fez a sua parte. A bancada teve lealdade plena ao governo e gostaríamos de
participar também da administração _ assinala Ponticelli.
É essa matemática que Colombo terá que
resolver nas próximas semanas. Durante a montagem do colegiado, principalmente
o PMDB e PSDB reclamaram do tamanho da presença do partido do governador no
colegiado.
Agora, haverá mais um partido para
entrar na conta, o PP, sendo que o governador terá que manter um equilíbrio na
divisão. Além disso, é provável que Colombo também abra espaço para lideranças
do PSD, como os prefeitos Milton Hobus (Rio do Sul) e João Paulo Kleinübing
(Blumenau), que a partir de janeiro estarão sem mandato.
Quem pode entrar e quem pode sair:
- Antonio Gavazzoni (PSD):
atualmente está na presidência da Celesc, mas deve sair para assumir a
secretaria da Fazenda. O pessedista administrou a pasta no segundo mandato do
governo de Luiz Henrique da Silveira e os resultados de seu trabalho foram
muito bem avaliados.
- Nelson Serpa (PSD): atualmente
está na Fazenda, mas com a indicação de Gavazzoni, pode voltar para a
Procuradoria Geral do Estado (PGE) ou assumir a Casa Civil.
- Derly Anunciação (sem partido):
assumiu a Casa Civil em março deste ano, com a missão de implantar um choque de
gestão no governo. Com a reforma, o nome de Derly foi ventilado para a
presidência da Celesc. Nos bastidores, a ideia não teria agradado muito ao
secretário.
- Murilo Flores (PSB): o
presidente da Fatma e secretário executivo do Pacto por Santa Catarina é uma
das pessoas de confiança do governador Colombo e está cotado para assumir o
Planejamento. Atualmente, a pasta está nas mãos de Filipe Mello (PSDB), que não
tem mais o respaldo dos tucanos porque está para deixar o partido. Depois que o
governador terminar a reforma, Filipe deve oficializar sua filiação ao PR.
- Beto Martins (PSDB): o nome do
prefeito é um dos mais cotados para assumir a secretaria de Turismo, Cultura e
Esporte. O tucano já foi cogitado no início do ano, na primeira reforma
realizada pelo governador Colombo, mas na época não quis abrir mão do mandato
na prefeitura de Imbituba e priorizou a disputa por sua sucessão no município.
Martins tem o respaldo da maioria da bancada do PSDB na Assembleia e, desta
vez, não teria nenhum motivo para declinar do convite.
Fonte:
site Jornal A Notícia 25/11/2012
Nenhum comentário :
Postar um comentário