Com os apoios do governo, da base
aliada e da oposição, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) é favorito para ser
eleito hoje presidente da Câmara dos Deputados.
A votação, secreta, deve sacramentar o
comando peemedebista do Congresso, já que Renan Calheiros (AL) foi eleito
presidente do Senado.
A candidatura de Henrique Alves tem
apoio de 20 partidos, com a exceção das bancadas de PV, PSOL e PSB.
Aliados dele previam margem folgada
acima dos 257 votos necessários para se eleger em primeiro turno.
O atual presidente é Marco Maia
(PT-RS). Com mais de 42 anos de Câmara, Henrique Alves disputará pela primeira
vez o cargo --o 2º na linha sucessória presidencial, responsável por definir a
pauta do plenário e avaliar a criação de CPIs, por exemplo.
Ele terá como adversários Júlio
Delgado (PSB-MG), Rose de Freitas (PMDB-ES) e Chico Alencar (PSOL-RJ).
Para tentar levar a eleição ao segundo
turno, os três apostam no chamado "efeito Severino Cavalcanti",
referência ao deputado que, graças ao apoio do "baixo clero" da Casa,
surpreendeu e venceu o pleito em 2005.
Contra esse fantasma, Henrique Alves
fez campanha intensa. Em um jato emprestado pelo deputado e ex-governador de
Minas Newton Cardoso (PMDB), pediu votos ao lado de governadores, inclusive de
Eduardo Campos (PSB-PE), para enfraquecer o adversário Júlio Delgado.
O potiguar apostou em promessas
caseiras, como a reformulação da imagem dos deputados. Fechou acordos sobre a
distribuição de cargos e se comprometeu com a ideia de obrigar o governo a
pagar um "percentual significativo" das emendas parlamentares ao
Orçamento.
Alves, Delgado e Rose lançaram
propostas semelhantes, como autonomia frente ao Executivo e melhoria dos
espaços físicos e dos veículos de comunicação da Câmara.
Além da escolha do presidente, os deputados ainda vão confirmar os outros seis cargos na Mesa Diretora e quatro suplências, que já foram reservadas conforme o tamanho das bancadas.
Além da escolha do presidente, os deputados ainda vão confirmar os outros seis cargos na Mesa Diretora e quatro suplências, que já foram reservadas conforme o tamanho das bancadas.
Assim como Renan Calheiros, Henrique
Alves deve ser eleito sob diversas suspeitas.
Conforme a Folha revelou, a empresa de
um então assessor do deputado recebeu recursos por meio das emendas
parlamentares indicadas pelo próprio Henrique Alves. A sede da empresa era
simples, vigiada por um bode.
Na semana passada, Henrique Alves
também passou a ser investigado pelo Ministério Público Federal por repassar R$
357 mil para duas empresas de aluguel de veículo suspeitas. Ele nega
irregularidades em todos os casos.
Fonte: Site Folha de São Paulo 04/02/2013
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