Segundo o Tribunal Superior Eleitoral,
a cada dois anos o Brasil gasta acima de um Bilhão de Reais com a realização
das eleições.
Para se ter uma ideia da grandeza desse número, lembro que só
passou um bilhão de minutos desde o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Com esse dinheiro poderiam ser
construídas 30 mil casas populares, 2.600postos de saúde e 3.400 quadras
poliesportivas cobertas. Só com equipamentos, urnas, transportes de urnas, cadastramento de eleitores, relatórios e alimentação dos mesários foram gastos pelo Poder
Público, nas últimas eleições municipais, por volta de 400 milhões de reais.
Em renúncia fiscal às emissoras de
rádio e televisão, o Governo dispendeu, no pleito de 2.012, mais de 600 milhões
de reais, para que os candidatos tivessem acesso aos programas eleitorais do
horário “gratuito”.
Como em 401 municípios houve a
requisição de tropas federal para garantir a realização das votações, foram gastos 24 milhões de reais com as Forças Armadas, para cumprimento dessa sua missão
Não estão computados nesse UM BILHÃO DE
REAIS os gastos incalculáveis e inavaliáveis dos candidatos, dos apoiadores, dos
militantes, dos partidos, das empresas, de todos os agentes que concorrem para
o custo das campanhas eleitorais.
O Brasil não suporta. O povo não
suporta. As Prefeituras não suportam. Os governos estaduais e federal não
suportam. Os eleitores e os candidatos não suportam. Ninguém suporta mais essa
sucessão desgastante de eleições a cada dois anos!
O custo físico e financeiro dessas
eleições bianuais é brutal. O voto em lista aberta para vereadores e deputados;
a coligação partidária nas eleições proporcionais e a maquiagem eleitoral dos programas de radio e TV pré-produzidos vem fazendo das campanhas eleitorais uma desenfreada caça ao tesouro.
O processo de eleição a cada dois anos
não permite aos Governos tempo para planejarem o médio e longo prazo. A Nação vive
mergulhada no curto prazo, afogada nesse vai e vem desatinado de eleições
bianuais.
Tenho razão quando digo e repito que não quero mais ser candidato. De 1970 a 2010 disputei como candidato 17 eleições, e estive envolvido em 13 outras campanhas eleitorais. O desgaste e exaustão física e financeira são brutais.
Tenho razão quando digo e repito que não quero mais ser candidato. De 1970 a 2010 disputei como candidato 17 eleições, e estive envolvido em 13 outras campanhas eleitorais. O desgaste e exaustão física e financeira são brutais.
Mal saímos das eleições municipais, já
estamos envolvidos no debate sobre a escolha dos próximos deputados, senadores,
governadores e presidente da República, quando deveríamos eleger todos a cada
cinco anos, numa eleição só, de vereador a presidente da República.
O Brasil precisa de tempo. Os governos
precisam de tempo. Os legislativos precisam de tempo. Todos precisamos de um tempo
mínimo de cinco anos, entre uma eleição e outra, para sermos mais eficazes e
para que possamos fazer o País caminhar, sem marchas e contra-marchas, para o
desenvolvimento econômico com justiça social.
Coincidência eleitoral, já!
Luiz
Henrique da Silveira – Senador da República
Fonte:
Jornal Razão 15/03/2013
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