Ex-ministro de Lula e governador do
Rio Grande do Sul, o petista Tarso Genro diz que a candidatura do PSB ao
Planalto no próximo ano seria um "equívoco tático".
Tarso defende um plano da base aliada
que tenha Eduardo Campos (PE) em "primeiro plano" a partir de 2015.
Em entrevista à Folha, Tarso
afirmou que o governador de Pernambuco estaria fora do jogo de 2014 porque o
país atualmente está dividido entre dois blocos: PT e PSDB.
"É difícil constituir hoje uma
terceira via entre o que representaram Fernando Henrique, [Geraldo] Alckmin e
[José] Serra e o que representam Lula e Dilma. O PSB está desatento a
isso."
Tarso define Campos como
"estimado amigo" e diz que "todo partido sério tem direito e dever
de aspirar ser governo", mas avalia que uma candidatura do PSB iria apenas
retirar votos dos tucanos.
Ele sugere um plano de médio prazo ao
PSB a partir de 2015: uma conversa entre partidos da base aliada sobre programa
de governo e o projeto para a eleição de 2018.
"[Seria] um novo padrão de
relacionamento que colocaria Eduardo Campos em um primeiro plano",
declara.
O petista cita como exemplos da
dificuldade de uma "terceira via" os resultados obtidos por Heloísa
Helena (PSOL) em 2006 e por Marina Silva (Rede) em 2010, quando não chegaram ao
segundo turno nas disputas.
O vice de Tarso é Beto Grill, do PSB.
A aliança, contudo, enfrenta momentos de atritos e ameaça de rompimento.
PT E SUPREMO
Tarso articula dentro do PT uma
candidatura para enfrentar na eleição de novembro a ala do atual presidente da
sigla, Rui Falcão, favorita e com apoio de Lula e Dilma.
Presidente petista durante o auge da
crise do mensalão, em 2005, Tarso desde então adota um discurso de renovação
para a legenda. Ele diz que o objetivo é "redefinir" o partido
pensando no período pós um eventual segundo mandato de Dilma.
Tarso aponta como uma das bandeiras de seu grupo político os debates sobre a "democratização" da mídia.
Tarso aponta como uma das bandeiras de seu grupo político os debates sobre a "democratização" da mídia.
"Grupos empresariais controlam a
divulgação da opinião através do controle direto dos meios de comunicação. Tem
que democratizar isso. [Mas] não se trata de impugnar o direito de propriedade,
muito menos de interferir nas redações", disse o petista.
Sobre julgamentos recentes do STF
(Supremo Tribunal Federal), como os que fixaram gastos aos Estados, o
governador disse que algumas decisões são "inaplicáveis". "Ou
vai chegar ao limite em que os Estados serão dirigidos por interventores
determinados pelo Supremo. Seria o fim da política."
Em março, os ministros do Supremo decidiram
que os governos devem pagar precatórios (dívidas do poder público reconhecidas
pela Justiça) de maneira imediata.
Fonte: Site Folha de SP 06/04/2013
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