Processos de renovações das cúpulas
das siglas vão ter reflexos diretos nas composições eleitorais em Santa
Catarina.
Com a aproximação da temporada de
renovações dos diretórios estaduais, os principais partidos de Santa Catarina
se movimentam para buscar definições que vão influenciar as eleições de
2014.
Lideranças do PMDB, PSDB, PP e PT
articulam para evitar disputas internas, o que parece cada vez mais difícil com
o surgimento de mais de um nome em cada legenda. O único que não deve enfrentar
problemas é o PSD, que só elegerá os novos dirigentes no final do ano que
vem.
A disputa no PMDB tende a ser uma das
mais conturbadas, até porque já foi adiada uma vez devido a falta de consenso.
Era para ter ocorrido em 8 de dezembro do ano passado. Acabou sendo reagendada
para 29 de junho, depois de uma longa discussão entre as bancadas estadual e
federal, que se dividiram entre o apoio a reeleição do vice-governador Eduardo
Pinho Moreira e a candidatura do deputado federal Mauro Mariani. Os dois
continuam sendo os protagonistas dessa disputa interna.
Pinho Moreira está disposto a se
manter à frente do PMDB. Ao lado dele estão os peemedebistas que concordam com
a ideia de o PMDB apoiar a reeleição de Raimundo Colombo (PSD). Mauro Mariani
também voltou a manifestar o interesse pela presidência e conta com o apoio
daqueles que querem que o PMDB tenha candidato próprio em 2014. O desafio,
avaliam lideranças peemedebistas, é evitar a divisão e construir o consenso em
torno de um dos nomes.
Quem também inicia as discussões
falando em unidade é o PSDB. A exemplo de 2011, a tarefa não é das mais fáceis.
Dois anos atrás, os tucanos tiveram de escolher o novo presidente no voto, com
a disputa acirrada entre Leonel Pavan e Marcos Vieira. Foram 59 votos para o
ex-governador, contra 43 votos para o deputado estadual. Agora também não há um
nome capaz de aglutinar o PSDB.
Leonel Pavan não pode tentar a
reeleição. Marcos Vieira, do outro lado, quer o comando da legenda e conta com
o apoio da bancada estadual. É de interesse dos deputados apoiar a reeleição de
Raimundo Colombo. Do outro lado, surge o nome do senador Paulo Bauer, que quer
a presidência do PSDB para tentar viabilizar a candidatura dele ao governo
estadual. O consenso, defendem os tucanos mais experientes, estaria em torno de
Dalírio Beber, que é presidente de honra do PSDB de SC. A expectativa é de que
a convenção seja marcada nos próximos dias.
PP e PT avaliam cenários internos:
A escolha dos novos dirigentes do PP
deve ocorrer até setembro. Joares Ponticelli quer continuar na presidência do
partido que assumiu pela terceira vez em maio de 2011. Na última convenção, o
deputado estadual Sílvio Dreveck foi incentivado a disputar o comando pepista,
mas viu que a queda de braço com Joares Ponticelli abriria caminho para o
deputado federal João Pizzolatti e desistiu. A cena deve se repetir
agora.
O PP busca uma aliança com o PSD de
Raimundo Colombo em 2014. A única exigência é ter uma vaga na majoritária, seja
como vice ou indicando o nome ao Senado. O impasse está na possibilidade de ter
de dividir palanque com o PMDB. Pepistas ligados ao casal Amin não gostam da
ideia, que não é considerada um grande problema para a ala mais alinhada a
Joares Ponticelli.
No PT, a agenda está pré-definida. Em
10 de novembro, a militância vai às urnas para eleger os novos dirigentes
nacionais, estaduais e municipais. Em Santa Catarina, José Fritsch não é
pré-candidato. A eleição do novo presidente deve ser polarizada entre Paulo
Eccel e Claudio Vignatti e será decidida no voto. Na avaliação de alguns
petistas, o consenso entre as principais alas do PT em torno do nome de José
Fritsch na última eleição não foi tão positivo quanto se esperava, uma vez que
teria limitado a atuação do atual presidente.
A disputa traz ainda uma situação
diferente para os petistas. É tradição que o presidente abra mão de participar
eleições, o que não deve ocorrer se o escolhido por Claudio Vignatti. O
ex-deputado quer concorrer ao governo ou a senador em 2014.
Nada muda no PSD antes das eleições de
outubro:
O PSD não deve eleger novos
dirigentes antes das eleições de 2014. Há consenso entre os pessedistas de que,
considerando que o mandato da atual gestão vence em setembro do ano que vem, em
plena disputa pelo governo estadual, a melhor alternativa é adiar essa
discussão para depois de outubro.
Oficialmente, o presidente é Nelson
Serpa, responsável por viabilizar juridicamente a criação do PSD em Santa
Catarina. Desde outubro de 2011, está licenciado do cargo. Considerou
incompatível as tarefas de presidente e secretário (hoje está na Casa
Civil).
Na prática, no último ano, quem
comandou o PSD foi o vice-presidente Gelson Merisio, que deve continuar à
frente da legenda. Para evitar conflitos em 2014, a alternativa foi eleger um
coordenador político, que será Antonio Ceron.
Confira em que pé andam as conversas
para as renovações dos diretórios estaduais:
PMDB:
Em acordo selado no final do ano
passado com a participação do presidente Valdir Raupp, a convenção estadual do
PMDB de Santa Catarina foi adiada para 29 de junho. Se a eleição fosse hoje,
haveria dois candidatos, com Mauro Mariani e Pinho Moreira, que tentaria a
reeleição. O desafio dos peemedebistas é buscar unidade e ter um único candidato.
PSD
Criado em setembro de 2011, o PSD não
tem eleições em 2013. A escolha dos novos dirigentes, em tese, ocorreria em
setembro de 2014. Considerando que se estará em plena disputa pelo governo
estadual, os próprios pessedistas já concordaram em adiar a discussão
partidária. Hoje o presidente é Nelson Serpa, que se licenciou desde que
assumiu a Casa Civil, entregando o comando do PSD para o deputado estadual
Gelson Merisio.
PP
A escolha dos dirigentes nacionais
está marcada para 11 de abril. Ainda não há uma data marcada para a eleição em
Santa Catarina. A expectativa é de que a definição ocorra até setembro,
praticamente um ano antes das eleições de 2014. Há pelo menos três nomes na
disputa: o atual presidente Joares Ponticelli, o deputado estadual Silvio
Dreveck e o deputado federal João Pizzolatti.
PT
A eleição no PT já tem dia marcado: 10
de novembro. Os filiados vão as urnas para escolher os novos dirigentes
nacionais, estaduais e municipais. Em Santa Catarina, José Fritsch não é
candidato (o atual presidente foi eleito em chapa única). A disputa deve ser
entre o prefeito Paulo Eccel (Brusque) e o ex-deputado federal Claudio
Vignatti.
PSDB
A expectativa no PSDB é de que a
eleição do novo comando seja marcada nos próximos dias. O mandato de Leonel
Pavan à frente dos tucanos em Santa Catarina está vencendo em abril (pelas
regras do PSDB, o ex-governador não pode ser candidato). A eleição pode ter até
três candidatos: o deputado estadual Marcos Vieira, o senador Paulo Bauer e o
presidente Dalírio Beber (Casan).
Fonte: Site Jornal A Notícia 06/04/2013
Nenhum comentário :
Postar um comentário