A ditadura militar no Brasil
durou de 1964 à 1985.
Naquele período, militantes políticos que se opunham ao
governo eram perseguidos e, por todo o País, protestos exigiam liberdade.
Em 1º de abril de 1964 o então
presidente João Goulart sofreu um golpe das Forças Armadas e seguiu para o
exílio no Uruguai. Os militares argumentavam que ele estava fazendo com que o
Brasil se transformasse em um país comunista. Apoiados por grande parte da
população, que temia os avanços da esquerda no País, os militares tomaram
o poder.
Em 15 de abril, após uma junta militar ficar
no poder, o general Humberto de Alencar Castello Branco assumiu a Presidência.
Ele ficou no poder de 1964 até 1967
Durante
o período em que ficou no poder, Castello Branco suspendeu os direitos
políticos dos brasileiros, proibiu greves, cassou mandatos de parlamentares e
dissolveu partidos políticos.
Os chamados AIs (Atos
Instuticionais) fizeram parte do período de ditadura no Brasil. Por
meio deles, os militares tentavam legitimar o golpe. Durante a fase em que o
general Arthur da Costa e Silva ficou no poder (1967-1969), foi promulgado o
AI-5, que cancelava alguns artigos da Constituição que poderiam beneficiar a
oposição.
Assim, ficou mais fácil para os
militares cassar direitos políticos, censurar a imprensa e restringir
a defesa de acusados.
Surgiram vários protestos do Movimento
Estudantil e de pessoas ligadas a imprensa contra a repressão e a censura
realizada durante a ditadura militar.
Naquele período, Edson Luís, de 17
anos, foi morto em confronto com a polícia no restaurante Calabouço,
no Rio de Janeiro. A morte do jovem, que aconteceu em 28 de março de 19 68, gerou
uma comoção e revolta de militantes. A foto mostra o velório do estudante.
Foi feito um cortejo com cerca de 50
mil pessoas pelas ruas do Rio de Janeiro, após o velório do estudante Edson
Luís na Assembleia Legislativa.
A "Passeata dos 100 mil"
reuniu intelectuais, artistas, padres, professores, entre outros, na zona
conhecida como Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. A passeata foi uma
manifestação de protesto contra a ditadura militar e em consequência do
assassinato do estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto, em março de
1968, no restaurante Calabouço, no Rio, durante confronto com a Polícia Militar.
O elenco da peça "Roda Viva"
de Chico Buarque, foi espancado em
São Paulo pelo Comando de Caça aos Comunistas. Muitos
cantores, atores e intelectuais foram perseguidos naquela época. Alguns deles
precisaram sair do País, outros foram presos e até torturados.
Uma organização de esquerda,
conhecida como MR-8, sequestrou o embaixador dos Estados Unidos no
Brasil, Charles Burke Elbrick. A foto mostra a vista de casa, que fica no Rio
de Janeiro, onde ele foi mantido em cativeiro.
Em 1969, o guerrilheiro Carlos Marighella foi
morto em São Paulo
em uma emboscada dos militares. Marighella foi um dos representantes
revolucionários mais respeitados no Brasil e chegou a ser considerado o
"inimigo número um" da ditadura.
O general Emílio Garrastazu Médici
esteve no poder entre 1969 e 1974, tempo que ficou conhecido como os "anos
de chumbo" da ditadura, por ser o período em que a repressão foi mais
intensa.
O ex-capitão do Exército que desertou
e se tornou guerrilheiro, Carlos Lamarca, foi morto por tropas do exército
em 1971. Ele era considerado inimigo de guerra do Estado Militar por lutar
contra a ditadura.
O ex-deputado Rubens Paiva foi
tirado de sua casa em 1971 por militares e morto pelo regime. O corpo de Paiva
nunca foi encontrado.
A Guerrilha do Araguaia ganhou
destaque no cenário nacional entre 1972 e 1975. Conhecida como um movimento
armado, a guerrilha tinha como objetivo a derrubada do regime militar e a
revolução socialista no País.
De 1974 à 1979, o Brasil foi governado
por Ernesto Geisel, período em que ocorreu a crise mundial do petróleo, o
que colocou um freio no ritmo de investimentos públicos no País.
Geisel assumiu o governo prometendo
retorno à democracia por meio de uma distensão lenta, gradual e
segura. Durante o governo dele, houve a revogação do AI-5 e restauração do habeas
corpus.
Em 1975, o jornalista Vladimir Herzog foi
encontrado morto em uma cela do Comando do II Exército, em São Paulo , após ter sido
preso e torturado por acusação de envolvimento com o partido comunista
brasileiro.
João Baptista de Oliveira Figueiredo
foi o último presidente do período militar. Autor da polêmica frase
"prefiro cheiro de cavalo do que cheiro de povo", ele ficou no poder
de 1979 até 1985. Aquele período foi marcado pela forte recessão e aumento na
inflação. Durante o período em que Figueiredo esteve no poder, o
pluripartidarismo foi novamente permitido.
Em 28 de agosto de 1979 , o Presidente da
República, João Figueiredo sancionou a Lei de Anistia. Na foto, Haroldo
Lima, abraça amiga depois de ser libertado.
Então, a população foi às ruas para
exigir a retomada do voto popular para presidente da República. Entre janeiro e
abril de 1984, dezenas de comícios foram organizados nas principais cidades
brasileiras. O maior deles, em
São Paulo , contou com 1,5 milhão de pessoas e foi realizado
no Vale do Anhangabaú. O movimento ficou conhecido como Diretas Já.
Finalmente em 15 de Março de 1985 encerrou
o regime militar no Brasil, retornado a redemocratização do país com governos
civis.
Fonte:
R7 01/04/2013
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