O presidente nacional do PPS, Roberto
Freire, disse ontem que o novo partido que resultará da fusão com PMN deverá
apoiar a candidatura do governador Eduardo Campos (PSB-PE) à Presidência.
Um dos principais articuladores da
criação do Mobilização Democrática --nome que deve ser dado à nova legenda--,
Freire descartou rumores de que a fusão servirá para que o ex-governador de São
Paulo José Serra deixe o PSDB e dispute pela terceira vez o Palácio do
Planalto.
A fusão entre PPS e PMN deve ser
formalizada amanhã. "No partido, há uma tendência majoritária [de
ingressar] na campanha do Eduardo Campos", disse Freire.
"O
partido vê nisso uma oportunidade de um reencontro permanente da esquerda democrática,
caracterizado com a candidatura do Eduardo", completou.
Freire disse que ele fez um convite a
Serra sem compromisso com a corrida ao Planalto, mas que ainda não recebeu
resposta. "Não é para Presidência, ele sabe. A vinda não é para
candidatura à Presidência, mas como uma grande liderança em apoio ao Eduardo
Campos".
Aliados dão como reais as chances de
embarque do tucano no novo partido diante de seu desgaste no PSDB, que deve
lançar como candidato à Presidência em 2014 o senador mineiro Aécio Neves,
rival de Serra na disputa interna de poder da legenda.
Esses aliados admitem que ele foi
alertado que faria parte de um projeto de oposição, não necessariamente
liderando o movimento. O tucano consulta seus principais colaboradores sobre o
projeto.
Caso queira disputar as eleições de
2014 pela nova sigla, Serra tem até o início de outubro --um ano antes das
eleições--para se filiar a ela.
Mas seu prazo político é 19 de maio,
data da convenção que escolherá Aécio presidente do PSDB. Na avaliação de aliados,
Serra não poderá erguer os braços de Aécio caso deseje mudar de sigla.
Ainda segundo serristas, o
ex-governador de São Paulo sabe que, hoje, não há espaço no novo PPS para que
ele concorra à Presidência. Mas sente-se asfixiado no PSDB.
TRAMITAÇÃO:
A aliança entre PPS e PMN foi
acelerada após uma manobra sem sucesso orquestrada por PT e PMDB para acelerar
na Câmara a tramitação de projeto que restringe a criação de novas siglas.
O projeto conta com aval do governo,
mas o Planalto teme atrair a imagem de antidemocrático, uma vez que a proposta
prejudica potenciais adversários à reeleição de Dilma Rousseff, como a
ex-ministra Marina Silva, que tenta criar seu partido. Ontem os apoiadores de
Marina divulgaram nota classificando o projeto como "golpe na democracia".
Fonte:
site Folha SP 16/04/2013
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