A movimentação da base governista para
tentar atrapalhar a criação de novos partidos antecipou para a próxima
quarta-feira (17) a decisão do PPS e PMN de fazer a fusão.
Inicialmente, a possibilidade de união
entre os dois partidos estava sendo discutida para ocorrer apenas no meio do
ano.
A decisão de se antecipar ocorreu
neste sábado (13) em Brasília, após integrantes do diretório nacional do PPS
aprovarem a fusão e acertarem os detalhes para a realização de um Congresso
Nacional do partido na próxima semana. Na ocasião, deverá ser feita a
oficialização da união.
De sua parte, a secretária-geral do
PMN, Telma Ribeiro, passou o dia em um hotel de Brasília disparando telefonemas
e e-mails avisando os seus correligionários sobre o encontro da próxima
quarta-feira. Até a semana passada, Telma Ribeiro trabalhava com a
possibilidade de fazer as consultas finais no dia 5 de maio.
A ação conjunta dos dois partidos tem
como objetivo se adiantar a uma possível aprovação do projeto, que tramita no
plenário da Câmara, e determina que uma nova legenda só poderá contar com tempo
de TV e o fundo partidário após passar por uma eleição para a Câmara dos
Deputados.
Na noite da última quarta-feira (10),
integrantes do PT e PMDB articularam nos bastidores para aprovar um
requerimento que acelerava a votação do projeto. A medida foi tomada sem o
conhecimento da maioria dos líderes partidários, o que gerou revolta por parte
do PSB, PSDB, PPS e PV no plenário. A proposta acabou não sendo aprovada.
Após admitir o erro, o presidente da
Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), anunciou que o projeto será colocado
em votação na próxima terça-feira (16), véspera da possível fusão entre PPS e
PMN. Para que entre em vigor, o projeto precisa, depois de passar pela Câmara,
ser votado pelo Senado.
"A manobra pegou o pessoal
desconcertado. Percebe-se que se trata de um interesse casuístico", disse
Telma Ribeiro.
"Quem está com o cronometro na
mão é o governo. É agora ou nunca", disse ex-deputado e membro da
Executiva do PPS, Raul Jungmann.
JANELA:
Caso se confirme a fusão na próxima
quarta-feira, deverá ser aberto um prazo para que os políticos mudem para o
partido sem o risco de perder o mandato. Esse período é conhecido como
"janela".
O nome mais contado hoje da nova
legenda é o MD (Mobilização Democrática), o mesmo registrado em 2006 quando as
duas legendas, mais o PHS, ensaiaram uma primeira união.
Com a criação da janela, a expectativa
de parte dos integrantes do PPS é que o ex-governador José Serra deixe o PSDB
para fazer parte da nova legenda.
Serra participou ontem de evento
promovido pelo PPS onde defendeu a união de forças da oposição contra possível
candidatura de Dilma à reeleição.
Outra hipótese discutida é o apoio à
possível candidatura à Presidência de Eduardo Campos (PSB) ou até mesmo de
Marina Silva, que tenta criar o Rede Sustentabilidade.
Também está no radar do novo partido a
adesão de parlamentares descontentes com as atuais legendas. Hoje o PPS conta
com 10 deputados e o PMN com três. A expectativa é que a nova bancada na Câmara
chegue a pelo menos a 20 deputados
O comando do partido deve ser
destinado o atual presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP).
Como parte do estatuto estuda-se,
entretanto, que se divida, meio a meio, as presidências estaduais e municipais.
E onde tiver o presidente de um dos partidos, ele não contará com a maioria dos
membros.
Nenhum comentário :
Postar um comentário