Lançada há quase 20 dias, a Mobilização Democrática,
legenda que nasceria da fusão do PPS com o PMN, ainda não existe de fato.
Apesar de terem celebrado o casamento em cartório, as
duas siglas não deram entrada no processo de registro da MD na Justiça
Eleitoral, medida que formaliza a fusão.
A demora ocorre sob o argumento de que PPS e PMN
tentam esticar o prazo para negociar a migração de parlamentares para a MD.
A lei abre uma brecha de até 30 dias para que
políticos possam migrar para uma sigla nova sem o risco de perda de mandato por
infidelidade partidária. O prazo começa a ser contabilizado a partir da
oficialização no TSE.
"Estamos trabalhando esse assunto com toda a
tranquilidade, até para dar tempo aos que possam querer mudar de partido",
diz o deputado federal Roberto Freire, presidente do PPS, que assumiria o
controle da MD.
Ele atua para atrair deputados de siglas como PSD,
DEM e PSDB. Convidou ainda o ex-governador tucano José Serra.
Políticos contrários à fusão, porém, dizem que a
cúpula da MD teme perder parte dos parlamentares que o PPS e o PMN têm hoje
após oficializar a operação na Justiça.
A brecha na lei vale tanto para quem desejar aderir à
MD quanto para quem optar por sair da sigla que nascerá. Juntos, PPS e PMN têm
13 deputados federais.
"Qual o deputado que, podendo sair para uma
sigla maior, decidirá ficar na nanica?", diz um dirigente do PSD.
Calcula-se que a MD pode chegar a até 30 deputados,
entre eles dissidentes do PSD e do DEM que migrariam por divergências (o PSD
tem nomes oriundos da oposição e agora ensaia aderir ao governo Dilma) e pelo
apoio que o governador Eduardo Campos (PSB-PE) tem dado à fusão.
Campos desponta como possível candidato a presidente
em 2014. No DEM, muitos deputados manifestam predileção pela candidatura dele à
de Aécio Neves (PSDB).
Mais do que o peso de uma adesão ideológica,
interessa aos caciques de partido o fato de que, sob a lei atual, se um
deputado migra para uma nova sigla, leva consigo tempo de propaganda eleitoral
e recursos do fundo partidário.
Advogados que auxiliam a MD afirmam que o mesmo não
ocorreria com parlamentares que deixassem a nova legenda para ingressar em um
partido já existente.
Fonte: site Jornal Folha de SP 06/05/2013
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