A pesquisa Datafolha divulgada ontem
teve a recepção esperada no governo e na oposição.
Petistas argumentam que
Dilma Rousseff ainda é bem avaliada e ganharia no primeiro turno se a eleição
fosse hoje. Tucanos acham que a queda de oito pontos na popularidade
presidencial é o prenúncio de uma derrocada mais adiante.
Governo e oposição estão apenas
fazendo apostas. Nunca no Brasil contemporâneo a sucessão presidencial esteve
definida com tanto tempo de antecedência.
Um aspecto ainda indefinido é que
ninguém sabe quantos candidatos estarão na corrida presidencial de 2014. Quanto
mais nomes competitivos, maior a chance de a decisão ir ao segundo turno --que
ocorre se nenhum dos postulantes obtém, pelo menos, 50% mais um dos votos
válidos.
Em 2010, havia três candidatos
competitivos: Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (então no
PV e hoje montando a Rede). Para 2014, até o momento, há quatro nomes
tradicionais pré-lançados: Dilma, Marina, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos
(PSB).
Entre os partidos menores, já se
declarou pré-candidato a presidente Everaldo Pereira, pastor evangélico e
vice-presidente nacional do Partido Social Cristão --do polêmico deputado Marco
Feliciano. Essa agremiação cresce a cada eleição.
Em 2002, o PSC elegeu um deputado
federal e teve 500 mil votos no país inteiro. Em 2006, foi a nove cadeiras. Em
2010, dentro da aliança que deu a vitória a Dilma Rousseff, avançou mais e
chegou a 17 deputados --com 3,1 milhões de votos no total.
Desde 2010 já não vigora mais a
verticalização. Instituída em 1998, essa regra impedia que dois partidos
aliados na disputa pelo Planalto apoiassem partidos divergentes nos Estados --e
vice-versa. Agora, vale tudo.
Com o fim da verticalização, o número
de nanicos voltou a subir. Em 2002, só houve dois microcandidatos na disputa
pelo Planalto. Em 2006, foram quatro. Em 2010, chegaram a seis --mas com
votação diminuta.
A fragmentação só ajuda a levar a
eleição para o segundo turno se partidos pequenos e médios, estruturados como o
PSC e o PSB, lançarem nomes próprios à disputa pela Presidência. Por enquanto,
esse é o cenário que vai surgindo.
Fonte:
site Jornal Folha SP 20/06/2013
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