Partido é dono da quarta maior bancada
de deputados e de mais de três minutos e meio de tempo de propaganda na TV por
dia.
Dono da quarta maior bancada de
deputados e de mais de três minutos e meio de tempo de propaganda na TV por
dia, o PP deverá apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff, ao
contrário do que ocorreu na eleição passada, quando optou por não fazer aliança
com nenhum candidato. Se firmarem a aliança, será um golpe para o presidente do
PSDB, Aécio Neves, provável candidato à Presidência, que trabalha nos
bastidores para manter o PP neutro.
Pesou na decisão a pressão feita pelo
PT e pelo governo sobre o partido, detentor do Ministério das Cidades. Pelo
pré-acordo costurado, o PP manterá a pasta, mesmo depois da saída do ministro
Aguinaldo Ribeiro, que deverá disputar o Senado pela Paraíba. A coligação com a
presidente Dilma, no entanto, não conseguirá amarrar o partido ao PT nos
Estados.
Como não há possibilidade de aliança
com os petistas no Acre, Amazonas, Goiás, Minas, Rio de Janeiro e Rio Grande do
Sul, os diretórios serão liberados para fazer alianças com o PSDB, com o DEM,
PPS, entre outros. Só em São Paulo é que a decisão terá de ser referendada pela
direção nacional, numa combinação feita com o deputado Paulo Maluf.
– Hoje, a maioria dos diretórios é
pela reeleição da presidente Dilma Rousseff – disse o presidente do PP, senador
Ciro Nogueira.
Nas contas dele, Minas Gerais, Rio de
Janeiro e Rio Grande do Sul são contrários à coligação e votarão para que o
partido repita o que foi feito em 2010, quando não deu apoio a ninguém. Para
evitar rachas internos, ficou decidido então que nos Estados o PP não será
obrigado a repetir a aliança nacional.
– Não há mais verticalização. Cada um
pode fazer a coligação que quiser – disse Nogueira.
O acordo para que o PP apoie a reeleição
de Dilma Rousseff vem sendo costurado desde agosto.
Ciro Nogueira teve reuniões com o
presidente do PT, Rui Falcão, o ministro Aloizio Mercadante (Educação),
provável coordenador da campanha de Dilma, o ministro Alexandre Padilha
(Saúde), a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e a presidente
Dilma. Nas negociações, o PP acertou ainda a indicação do candidato a
vice-governador na chapa de Wellington Dias (PI) para o governo do Piauí, o que
resolveu a situação de Ciro Nogueira no Estado. Desde que a aliança começou a
ser feita, Ciro Nogueira tem se aproximado cada vez mais do Palácio do
Planalto.
Para começar, ajudou a retirar da
liderança do partido na Câmara o deputado Arthur Lira (AL), muito próximo do
líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), nome que o governo detesta. No lugar de Lira
foi eleito o deputado Eduardo da Fonte (PE). Agora, com a autorização do
presidente do partido, o PP negocia um bloco governista com o PROS, que tem 17
deputados. Juntos, os dois partidos poderão ficar com 58 deputados, o que
garante muita força para o grupo, além de aumentar o capital político na hora
de negociar apoio a Dilma.
Obstáculos: Se na aliança federal as
negociações estão bem encaminhadas, em alguns Estados o PP tem problemas
incontornáveis com o PT. Além do Rio Grande do Sul, onde a senadora Ana Amélia
Lemos deverá ser candidata ao governo contra Tarso Genro, no Acre, por exemplo,
o governador Tião Viana (PT) se recusou a apoiar a candidatura do deputado
Gladson Cameli (PP) para o Senado. O PP, que indicou César Messias para vice de
Viana na eleição de 2010, decidiu então romper a aliança.
No Amazonas, a deputada Rebecca
Garcia, do partido, que vai disputar o governo, foi abandonada pelo PT, que
preferiu fazer aliança com o senador Eduardo Braga, do PMDB, atual líder do
governo no Senado. Em Goiás, o vice-governador José Eliton, do PP, apoia o
tucano Marconi Perillo contra o PT. Em Minas Gerais, o vice Alberto Pinto
Coelho ficará ao lado do provável candidato à Presidência Aécio Neves, do PSDB.
No Rio de Janeiro, o senador Francisco Dornelles, ex-presidente do PP, apoia o
candidato tucano, seu sobrinho.
O PP terá candidatos fortes ao governo
também em Mato Grosso, onde filiou, na última hora, o empresário Eraí Maggi
Scheffer, primo do senador Blairo Maggi (PR), hoje o maior plantador de soja do
País, e em Tocantins, com a entrada na política do empresário Roberto Pires.
Neste Estado, o PP deve fechar uma chapa com o PMDB, dando apoio à reeleição da
senadora Kátia Abreu, que deixou o PSD e se filiou ao partido.
Fonte: Site A Notícia 27/10/2013
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