Líderes do PSDB abandonam discurso
conciliador e fazem críticas um ao outro. O clima amistoso entre os tucanos
pode estar chegando ao fim.
O senador Aécio Neves (MG), o favorito
para ser candidato do partido à Presidência em 2014, rebateu na sexta-feira
críticas do ex-governador José Serra ao PSDB, desencadeando uma crise no
partido. Na manhã de sexta, em Manaus, o mineiro abandonou o discurso
conciliador que marcava a superfície da relação entre ambos.
— Cada um contribui com o partido do
jeito quer pode. Eu estou aqui em Manaus falando bem do PSDB e mal do PT, né?
Agora, não me acho a melhor pessoa para falar de complexos — alfinetou Aécio.
Na sexta-feira, Serra, que ainda se
movimenta para se afirmar como candidato potencial da legenda ao Planalto em
2014, afirmou que o PSDB sofre da necessidade de ser aceito pelo PT.
Durante um evento em São Paulo
organizado pela juventude tucana, ele dividiu suas queixas em quatro pilares:
"regionalismo", "mercadismo"."colunismo" e
"bovarismo". O ex-governador citou o clássico Madame Bovary, de
Gustave Flaubert, para dizer que o PSDB tem a síndrome do "bovarismo"
porque "tem necessidade de ser aceito pelo PT".
— Que me desculpem as mulheres, pois a
coisa é mais complexa do que isso. Mas o problema da Madame Bovary é querer ser
aceita pelo outro lado. Ela vai à loucura, quebra a família e trai o marido com
Deus e todo mundo para ser aceita. O PSDB tem um pouco do bovarismo, de
precisar ser aceito pelo PT — provovou Serra.
Serra usou o leilão do campo
petrolífero de Libra para exemplificar sua metáfora e mostrar que o partido não
sabe criticar o governo Dilma Rousseff:
— Eles fazem um leilão mal feito, como
o do campo de Libra. O que faz o PSDB? Sai dizendo: "olha aí, eles falaram
que eram contra a privatização, mas estao fazendo". Isso dá voto? Nenhum.
Fonte: Site Jornal A Notícia 09/11/2013
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