O presidente nacional do PDT, Carlos
Lupi, evita fechar questão agora sobre o apoio do seu partido para o projeto de
reeleição da presidente Dilma Rousseff.
"O processo político é dinâmico,
é rico" e os pedetistas consideram também a hipótese de vir a apoiar a
pré-candidatura a presidente de Eduardo Campos, do PSB. Em entrevista ao
programa Poder e Política, da Folha e do UOL, Lupi sempre faz
várias ressalvas dizendo que a "tendência" é o PDT apoiar a reeleição
Dilma. Mas afirma ao mesmo tempo que até o ano que vem poderá "conversar e
ver avanços possíveis nas políticas que eles propõem". No caso,
"eles" são Eduardo Campos e o tucano Aécio Neves, ambos
pré-candidatos de oposição.
Entre Aécio e Campos, a preferência do
PDT é pelo nome do PSB. "Com certeza o Eduardo pela linha histórica, pela
figura do avô [Miguel] Arraes, pela história do Partido Socialista Brasileiro
com o PDT. Nós temos alianças em vários Estados há vários anos. É sempre a mais
próxima", diz Lupi.
O processo de definição do PDT deve
ocorrer em março ou abril do ano que vem. O partido "apoiará propostas de
governo que estejam à esquerda. Se tiver propostas apresentadas à esquerda do
governo Dilma, vamos discutir", diz o pedetista.
Se Eduardo Campos apresentar um
projeto que o PDT avalie ser mais à esquerda do que o do PT, nesse caso o PDT
consideraria apoiá-lo? "Por isso que eu digo que não está fechado",
responde Lupi, indicando que seu cardápio de apoio está ainda aberto para 2014.
O presidente do PDT também enxerga um
segundo turno entre Dilma e Eduardo Campos como o cenário mais provável na
corrida pelo Planalto. Esse desfecho, avalia ele, seria desconfortável para a
petista.
Ambos, Dilma e Eduardo Campos, são de
"um campo que esteve sempre junto". Para Lupi, "quando você
divide um campo que está junto é mais difícil de o eleitorado entender".
Nesse sentido, "poderá prejudicar" o projeto reeleitoral dilmista
--embora a petista continue sendo favorita, no seu entender.
Lupi tem 56 anos e comanda o PDT deste
2004, quando Leonel Brizola morreu. Não dá indicações de que pretenda passar
adiante a direção da legenda. Por essa razão, acabou perdendo vários quadros
para novas agremiações formadas recentemente.
O PDT elegeu 27 deputados federais em
2010, mas agora está com apenas com 18. Saíram do partido, entre outros, Miro
Teixeira (RJ) e Paulinho da Força (SP), este último para criar o Solidariedade.
Na
avaliação de Lupi, Paulinho teve um comportamento "desleal".
Em 2014, o PDT pretende eleger pelo
menos 30 deputados e terá candidatos próprios a governador em cinco unidades da
Federação.
Há três candidaturas pré-colocadas. A
da presidente Dilma. A do senador Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais. E a do
governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB, que tem o apoio de Marina
Silva. No caso, Aécio e Campos se apresentam à direita de Dilma?
Não entro na classificação das
pessoas. Sou amigo do pessoal do Aécio e do Eduardo há muitos anos. Classifico
a postura política. A gente tem que discutir, debater a política pelos projetos
apresentados. Para mim, o principal tema a ser discutido é a política
econômica. Nós não podemos ter uma política econômica que não vislumbre a
priorização do Estado brasileiro, da economia nacional, da valorização do
salário, da geração de emprego.
Há dificuldades para apoiar esses dois
candidatos, Aécio ou Campos?
Dificuldades. Não digo que é
impossibilidade, porque o ser humano é o único ser vivo que tem direito à
evolução. Todo mundo pode evoluir. Todo mundo pode começar a entender.
Até agora, nenhum projeto apresentado está mais forte e mais à esquerda do que o apresentado pela presidente Dilma.
Até agora, nenhum projeto apresentado está mais forte e mais à esquerda do que o apresentado pela presidente Dilma.
O senhor não enxerga então
possibilidade real de o PDT vir a apoiar Eduardo Campos ou Aécio Neves?
Acho difícil pelas propostas
apresentadas até agora.
Pode mudar. De repente, podemos assistir a uma proposta que fale da educação. Que fale que a solução não é presídio, é escola. Que fale que CIEP [Centros Integrados de Educação Pública] não é caro; caro é prisão.
Impossível é só Deus pecar. Tudo é possível quando se avança nesse sentido.
Pode mudar. De repente, podemos assistir a uma proposta que fale da educação. Que fale que a solução não é presídio, é escola. Que fale que CIEP [Centros Integrados de Educação Pública] não é caro; caro é prisão.
Impossível é só Deus pecar. Tudo é possível quando se avança nesse sentido.
Então o PDT tende a apoiar Dilma,
porém não descarta nem Aécio nem Eduardo Campos, é isso?
O PDT apoiará propostas de governo que
estejam à esquerda. Se tiver propostas apresentadas à esquerda do governo
Dilma, vamos discutir. Hoje, não vejo ninguém à esquerda dela...
Fonte: Site Folha SP 16/11/2013
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