Em sua mensagem para a reabertura dos
trabalhos do Congresso, a presidente Dilma Rousseff vai defender a política
econômica e fazer novo apelo em favor do controle de gastos em seu último ano
de gestão – que será dedicado à campanha da reeleição.
Segundo interlocutores, a presidente
deve apontar a importância dos congressistas para a estabilidade econômica e
destacar a necessidade do diálogo com o Legislativo e a sociedade após os
protestos de junho.
Deputados e senadores voltam do
recesso na segunda. A entrega do texto da presidente será feita pelo ministro
Aloizio Mercadante, que tomará posse na Casa Civil horas antes.
A pressão para firmar um compromisso
em favor do controle de gastos com o Congresso é mais uma tentativa do Planalto
de mostrar ao mercado financeiro –e aos adversários nas eleições– que as contas
públicas ficarão sob controle neste ano.
Numa conversa ontem com o líder do
governo no Senado, Eduardo Braga (AM), Dilma lembrou que reuniu os líderes de
sua base em 2013 e todos assinaram um compromisso contra o avanço das despesas.
O recado do Planalto foi direcionado
especialmente à Câmara –que tem ao menos sete propostas engatilhadas que podem
aumentar gastos públicos, como os projetos que criam pisos salariais para
agentes de saúde e policiais.
A ministra Ideli Salvatti (Relações
Institucionais) se encontrou ontem com Braga e os líderes do governo na Câmara,
Arlindo Chinaglia (PT-SP), e no Congresso, José Pimentel (PT-CE), para mapear o
cenário.
O Planalto indicou que não está
disposto a destravar a pauta da Câmara retirando de cinco projetos enviados no
ano passado o mecanismo que garante prioridade nas votações.
A estratégia é evitar que os projetos
que aumentem as despesas avancem na Casa. "Não só o Executivo, como nós do
Legislativo, temos que ter a preocupação frente a essa turbulência da economia
mundial. Não podemos descuidar", declarou Chinaglia.
Fonte: Site Folha SP 31/01/2014
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