Preocupada com o impacto de uma
eventual crise no setor elétrico em ano de eleição, a presidente Dilma Rousseff
fez uma reunião ontem para elaborar uma resposta política à questão.
O problema é que investimentos no
setor demoram para dar resultado, logo foi pedida a formação de uma
força-tarefa para definir medidas que permitam ao governo dizer que está
trabalhando para aumentar a capacidade do sistema.
Na reunião, o apagão de ontem foi considerado
um problema de tamanho médio, dado que o sistema para evitar um colapso na
transmissão conseguiu restringir as áreas afetadas.
Segundo a Folha apurou, o
governo já vinha havia uma semana discutindo medidas para antecipar licitações
de usinas e, assim, ampliar a geração de energia.
Ontem,
foi definida uma operação para acelerar esses processos -como a concessão de
licenças ambientais, exigência legal que tem atrasado as obras de
infraestrutura em todos os setores.
Enquanto o secretário-executivo do
Ministério de Minas e Energia falava sobre o apagão com a imprensa ontem à
tarde, por exemplo, o ministro Edison Lobão já estava reunido com a colega
Izabella Teixeira (Meio Ambiente) para discutir o assunto.
Outra determinação do Planalto é para
que o leilão da hidrelétrica de Tapajós (PA) ocorra impreterivelmente neste
ano. Apesar da previsão de fazê-lo em 2014 e de o governo ter admitido a
possibilidade de novos adiamentos.
FANTASMAS:
Problemas no setor elétrico,
particularmente apagões ou risco de racionamento, são fantasmas que assombram o
Planalto e o núcleo da pré-campanha de Dilma à reeleição. Como ela foi durante
anos a responsável pelo setor, como ministra de Minas e Energia de Lula,
quaisquer problemas serão duplamente vinculados à sua imagem.
O esforço é claro desde o ano passado,
quando o Tesouro Nacional bancou o alto custo de operação das usinas
termoelétricas para evitar aumentos mais notáveis na conta de luz.
Foram R$ 9,6 bilhões adiantados pelo
governo ao fundo do setor elétrico. Parte desse valor deveria começar a ser
cobrada dos consumidores neste ano, em parcelas graduais até 2018, mas o
Planalto está decidido a deixar a fatura para 2015.
Oficialmente, contudo, o governo
afirma que a decisão ainda está em estudo no Ministério da Fazenda.
Fonte: Site Folha SP 05/02/2014
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