Ideologia:
Centrismo, Nacionalismo, Federalismo, Trabalhismo, Democracia.
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)
é um partido político brasileiro, tendo existido durante dois
períodos: no período democrático de 1945 a 1965 e sendo
recriado após a Abertura do Regime Militar. Seu código eleitoral é
o 14.
O PTB foi fundado no Rio de
Janeiro (então Distrito Federal), em 15 de maio de 1945 sob
a inspiração de Getúlio Vargas, seu maior líder e no bojo do Queremismo,
movimento popular cuja consigna era Queremos Getúlio e que propunha
uma Assembleia Constituinte com Getúlio na Presidência da República.
Além de Getúlio, a fundação do PTB foi articulada pelo seu Ministro do
Trabalho, Alexandre Marcondes Filho.
Sua base eleitoral era o operariado
urbano, com forte ligação com os sindicatos. Ideologicamente, as raízes do
PTB são o castilhismo gaúcho, o positivismo, traços de social-democracia e
o pensamento de Alberto Pasqualini, o maior ideólogo do PTB. Entre 1945 e1964 foi
o PTB o partido que mais cresceu, tanto em número de votos, quanto em número de
filiados: em 1946 o PTB tinha 22 deputados federais; elevando-se a
bancada para 66, em 1958, e em 1962 já tinha 116. Isto refletiu
a crescente urbanização e industrialização que o Brasil experimentou naqueles
anos. O PTB era, entre os grandes partidos de então, o mais à esquerda, e era
constantemente acusado pelos opositores de ter políticas comunistas.
O programa partidário do PTB pregava
alguns alhos as reformas, como a urbana, a agrária e a educativa, e tinha
ênfase no crescimento econômico, desenvolvimento industrial, nacionalização de
recursos e na educação. Estava incluído no contexto populista que dominou
a prática política a partir do Estado Novo em diante.
Foi criado, entre outros motivos, para
servir de anteparo, na classe popular e trabalhadora, à influência do Partido
Comunista, e demais organizações de esquerda.
O PTB era extremamente forte
eleitoralmente quando coligado ao PSD, também criado por simpatizantes de
Getúlio, mas sustentado principalmente pelas classes médias e o empresariado,
tendo uma política conservadora em comparação ao PTB. Esta coligação tinha como
principal adversário a UDN, partido de direita conservador. O PTB apoiou o
PSD nas eleições de 1945, quando foi eleito Eurico Gaspar Dutra. Em 1950,
o PTB teve candidato próprio: Getúlio Vargas, enquanto o PSD lançou Cristiano
Machado. Vargas voltou ao poder nos braços do povo e só deixaria o
Palácio do Catete morto, após forte oposição da UDN e de Carlos Lacerda em
especial, para demovê-lo do poder.
Nas eleições de 1955, a coligação
volta à presidência com o pessedista Juscelino Kubitschek e o
trabalhista João Goulart. Jango, eleito vice-presidente, fez mais votos
que JK. Jango seria reeleito vice-presidente em 1960, sendo Jânio Quadros eleito
presidente. Jânio, apoiado pela UDN, infringiu a única derrota do PSD/PTB em
eleições presidenciais no primeiro período democrático brasileiro. O candidato
do PSD era o Marechal Henrique Teixeira Lott.
Ao final dos anos 60, o PTB tinha uma
ala mais conservadora e centrista, com Lucio Meira, Fernando Ferrari,
Pasqualini, Ivette Vargas, Gilberto Mestrinho e outra mais próxima à esquerda,
cujos maiores expoentes foram Leonel Brizola, Santiago Dantas, Sergio
Magalhães, Almino Afonso, José Gomes Talarico e Rubens Paiva, e se nuclearam na
ala "concentrada", e na Frente Nacionalista, que propunha aceleração
das reformas sociais.
Em 25 de agosto de 1961 Jânio
Quadros renuncia ao cargo, e as forças militares brasileiras tentam impedir a
posse de Jango, tendo início a Campanha da Legalidade, comandada por Leonel
Brizola, governador do Rio Grande do Sul pelo PTB. Jango acaba
empossado num sistema parlamentarista, que é repudiado pela população dois anos
depois. Jango seria deposto pelo Golpe militar de 1964. Durante a Ditadura,
implantada para combater supostos movimentos comunistas, se perseguiu e cassou
principalmente políticos trabalhistas, como foi o caso de Jango, Brizola, Rubens
Paiva, e Sereno Chaise, entre outros, além de lideranças comunitárias,
sindicais e estudantis ligadas ao partido.
Em 1965, através do AI-2, o
PTB foi extinto, assim como todos os partidos políticos até então existentes. A
quase totalidade dos petebistas que não haviam sido cassados ou fugido do país
migrou então para o recém criado MDB. O bipartidarismo durou até 1979,
quando o então presidente João Figueiredo, restaurou o pluripartidarismo no
processo de Abertura política.
Após a anistia, diversos trabalhistas
históricos voltaram do exílio, de onde vinham organizando a reestruturação do
partido, principalmente sobre a liderança de Leonel Brizola. Houve então
uma acirrada disputa pelo nome, pela sigla e pela legenda do PTB, entre o grupo
de Brizola e o grupo liderado pela ex-deputada Ivete Vargas, sobrinha de
Getúlio Vargas, e antiga presidente do PTB paulista. Tendo o Tribunal
Superior Eleitoral dado ganho de causa ao grupo de Ivete, o grupo de
Brizola funda então o Partido Democrático Trabalhista, PDT.
O registro provisório do PTB junto ao
TSE ocorreu em 1980. Na época, acusou-se Golbery de Couto e Silva de
tramar a cessão da sigla para Ivete, a fim de enfraquecer o grupo de Brizola.
Em 1980, o PTB tinha apenas um deputado federal, Jorge Cury, do RJ, e nas
eleições de 1982, o PTB elegeu 13 deputados federais: 5 no RJ e 8 em SP, levados
por mais de 270 mil votos de Ivette, além de ter lançado o nome do
ex-presidente Jânio Quadros para a disputa do governo paulista. Ivete
faleceu em 03 de janeiro de 1984.
Em 1985, o PTB conquista a
prefeitura da maior cidade do país, São Paulo, graças à força
personalística de Jânio Quadros que, no entanto, tinha pouco compromisso com o
programa do partido. Jânio demonstrou esse desinteresse ao, tão logo tomar
posse em 1 de janeiro de 1986, se desfiliar do PTB, meses após. Em 1986, o
partido lança o empresário Antônio Ermírio de Moraes para o Governo de São
Paulo, ficando na segunda colocação perdendo para Orestes Quércia, mas ficando
frente de Paulo Maluf.
Ao falecer, em 1983, Ivette
Vargas foi sucedida pelo então deputado federal Ricardo Machado, de
Ribeirão Preto. Na Constituinte, o partido foi liderado pelo deputado federal Gastone
Righi, janista de SP. De 1986
a 1991 foi presidido pelo ex-deputado Luiz Gonzaga de
Paiva Muniz, do RJ, e após, pelo Senador paranaense José Carlos Martinez,
finalmente sucedido por Roberto Jefferson, apos seu falecimento.
Atualmente, seu número eleitoral é 14
e seu registro permanente data de 03 de novembro de 1981.
Apesar do atual PTB declarar-se em seu
programa como nacionalista, defensor da autonomia sindical e dos direitos
trabalhistas consagrados na CLT, sua praxe política tem sido de
colaboração com o governo em exercício e de defesa de políticas neoliberais.
Apoiou o governo Figueiredo no Congresso a partir de 1983, obtendo, em troca,
cargos de direção em órgãos públicos. Viria a apoiar também todos os governos
seguintes: os de José Sarney, Fernando Collor de Mello, Fernando
Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. É, portanto, um partido
de tendências adesistas, adepto do fisiologismo.
O PTB atual abrigou em suas fileiras
políticos que se opunham eleitoralmente ao PTB clássico, como Jânio Quadros
(embora tenha sido eleito deputado federal pelo PTB do Paraná em 1958), que se
elegeu prefeito de São Paulo pelo partido em 1985, e foi também o candidato a
Governador da legenda em 1982. Mais recentemente, aceitou a filiação de o
também ex-presidente Fernando Collor, que em 2006 se elegeu
senador por Alagoas pelo nanico PRTB.
A legenda possui força eleitoral
significativa no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Mas é no Nordeste,
principalmente em Pernambuco, onde o partido se destaca, pois, dos atuais
7 senadores, 3 são desta região. Dos 23 deputados federais, 12 são nordestinos
(Pernambuco possui 4), ao passo que o Rio Grande do Sul e São Paulo têm 3
deputados cada. Apesar de se declarar como independente, apoia o Governo
Lula, apoiou candidatos do PT aos governos estaduais, incluindo
alguns vitoriosos, como no Piauí e na Bahia.
Em 1989, o atual PTB postulou o
nome do paranaense Affonso Camargo à Presidência da República, que
obteve votação inexpressiva (0,5%). Sua votação para a Câmara federal em 2002 e
2006 tem oscilado entre 4 a
5% dos votos. Em 2002 incorporou o PSD (Partido Social Democrático),
e em 2007 incorporou o PAN (Partido dos Aposentados da Nação).
Seu presidente nacional é, novamente, Roberto
Jefferson, deputado federal eleito pelo Rio de Janeiro (desde 1983),
e que foi cassado em 2005 pela Câmara dos Deputados após denunciar o Mensalão,
escândalo que envolveu diversos políticos filiados ao PTB.
Candidatos
a Presidentes da República:
-
Getúlio Vargas 1950
-
Affonso Camargo 1989
Fonte:
site Wikipédia 18/04/2013
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