Conta
uma lenda, que a vingança do Martim Buguereiro contra os bugres se dava porque
eles abusavam dele dizendo que ele não era da raça deles, que haviam matado seu
pai, sua mãe, seus irmãos, acabando com tudo.
Falavam
que não o mataram porque era criança, levando-o para sua tribo. Martim não
tinha mais de seis anos quando foi levado pelos bugres. Aos quinze anos
aproximadamente, ele ajudava os aborígenes a tirar abelheiras de uma montanha.
Subia sempre em uma árvore, para observar a distância, algumas casas, e cismou
que um dia fugiria de lá.
Num
dia quando foi tirar uma abelheira na montanha, dois bugres que o acompanhavam
subiram na árvore com martelo e formão, começando a cavar para retirar o mel.
Martim embaixo mirou onde estavam as casa que tinha visto, e correu naquela
direção.
Quando
os bugres perceberam que o rapaz havia fugido, foram atrás, mas ele conseguiu
escapar. Aos chegar perto das pastagens das moradias, eles não saíram da mata,
parando a caçada. Martim saiu gritando dizendo que ele não era bugre, e então
os colonos acudiram o rapaz. Mais tarde Martim quis se vingar da tribo e matou
todos.
Com
o tempo o governo começou a convocá-lo para matar bugres, e assim ficou
conhecido como Martim Buguereiro.
Outra
história do caçador de bugres, conta que na localidade de Salto de Boa Vista,
havia um peral altíssimo de pedra. Os índios descobriram que o Martim estava lá
de olho neles. Foram até ele e fizeram o cerco.
Quando
o caçador estava sem saída, cercado próximo ao penhasco, os bugres disseram que
se quisessem poderiam matá-lo, pois ele havia exterminado muitos de sua raça,
mas queriam pegá-lo vivo para socar dentro de um pilão.
Martim
então respondeu:
- Morto por morto eu estou.
Após
dizer isso, se jogou penhasco abaixo, caindo encima de um matagal, tendo a
sorte de não sair ferido gravemente, apesar de ficar muito machucado, salvando
a vida. Os bugres nem desceram para ver o que tinha acontecido com ele, pois
não acreditavam que pudesse se salvar, devido à altura que havia se jogado.
Depois disso ele continuou o seu extermínio.
Contam
ainda que Martim e seu ajudante Duardino foram fazer uma matança de bugres.
Perto da tribo havia um rio. Os aborígenes estavam dançando a noite, pois
tinham pegado um cachorro perdido de algum caçador.
O
animal descobriu que havia gente dentro do rio e ficava latindo. O bugre velho
ia ver com uma lança na mão e um pau com chamas de fogo, mas não via nada.
Martim
e seu companheiro se jogavam dentro da água deixando só o nariz de fora. O
índio iluminava toda a margem do rio porque o cão continuava latindo, mas não
encontrava nada. Ele retornava a tribo, mas o cachorro continuava na beira do
rio. Na terceira vez, o bugre se aborreceu com o animal dando um chute que
quase o arrebentou. O cão não latiu mais depois daquilo.
Perto
da meia-noite quando estavam todos dormindo, Martim e seu amigo foram até lá
com a espada e cortaram o pescoço de um por um. O bugre velho se acordou e
pegou uma lança e os atacou. Os caçadores passaram trabalho para se defender,
mas venceram porque estavam em dois, matando ele também.
Fonte:
Firmino José Franzoi
Pesquisador:
Ivã Alessandro Franzoi
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