Segundo dirigentes do PSDB, critério
de escolha do parceiro de chapa de Aécio será 'geográfico'; nomes do
Solidariedade incluem delegado da PF e sindicalista.
Único aliado declarado do senador
Aécio Neves (PSDB) na eleição presidencial de 2014, o Solidariedade, partido
fundado no ano passado e que já conta com 23 deputados federais,
reivindica a prerrogativa de indicar o candidato a vice na chapa encabeçada
pelo tucano. Dois nomes serão apresentados como "sugestão": o
deputado federal paranaense Fernando Francischini, líder do Solidariedade na
Câmara, e o sindicalista Miguel Torres, presidente da Força Sindical.
"Vamos conversar em janeiro com
Aécio sobre isso. Esses dois nomes são fortes em duas áreas sensíveis e que
serão importantes na campanha: segurança pública e sindicalismo", afirma o
deputado Paulo Pereira. Presidente nacional e fundador do Solidariedade, ele
comandou a Força Sindical até outubro, quando passou a direção da central para
Torres.
Ex-tucano e com uma breve passagem
pelo PEN (Partido Ecológico Nacional), Francischini é delegado da Polícia
Federal. Apesar da pressão, os tucanos não devem aceitar a "sugestão"
do aliado.
Segundo dirigentes do PSDB, o critério
de escolha do parceiro de chapa de Aécio será "geográfico" e não
partidário. Um aliado do senador mineiro afirma que "Francischini está
fora de cogitação" e classifica Miguel Torres como "um nome
interessante" por agregar a Força Sindical. Mas ressalta que a definição
do vice se dará depois das pesquisas de avaliação.
A prioridade dos tucanos é apresentar
um vice paulista e o nome mais cotado é o senador Aloysio Nunes Ferreira, do
PSDB, que já foi até sondado para a vaga. Uma votação expressiva no Estado é
considerada vital para levar Aécio ao segundo turno. Apesar de governado pelo
PSDB há 20 anos, São Paulo pode ser um problema para o senador mineiro.
"Aecistas" temem que os correligionários do Estado não se empenhem em
seu projeto presidencial. O senador mineiro é acusado de ter feito "corpo
mole" em eleições passadas, quando candidatos do Estado - Geraldo Alckmin
e José Serra - disputaram a Presidência contra o PT.
A tendência no Estado é que o
governador Geraldo Alckmin (PSDB) forme uma aliança com o PSB, partido do
governador Eduardo Campos, provável adversário de Aécio na disputa
presidencial.
Outra sigla próxima do projeto
presidencial do PSDB, o DEM, que conta com 27 deputados federais, reagiu à
pretensão do Solidariedade de indicar o vice. "Nossa tendência majoritária
é uma aliança com o PSDB. Mas quem quer a vitória do aliado, deve deixar o
candidato à vontade e confortável para fazer a escolha do seu vice", diz o
senador José Agripino, presidente nacional do DEM.
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