A senadora Ana Amélia (PP-RS),
candidata do PP ao governo do Rio Grande do Sul, protocolou no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) ação pedindo a anulação da convenção nacional do PP
realizada nesta quarta-feira (25).
Após o evento, a Executiva Nacional do
partido anunciou apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff com base em
resolução proposta durante a convenção.
A ação é assinada por outros sete
membros do partido além da senadora. Eles pedem a anulação do encontro alegando
que a resolução foi declarada aprovada pelo presidente do PP, senador Ciro
Nogueira (PP-PI), sem que houvesse contagem dos votos.
A proposta transferia para a Executiva
Nacional, órgão de cúpula do partido, a decisão sobre o apoio à candidatura de
Dilma, que foi anunciada logo após a convenção.
Na ação cautelar, os membros do PP
pedem que seja determinado que a comissão executiva que definiu o apoio a Dilma
"se abstenha de proceder à escolha dos candidatos a Presidente e
Vice-Presidente da República". Foram anexados ao pedido feito à
Justiça documentos de áudio e vídeo da convenção. A representação terá como
relator o ministro do TSE Henrique Neves, que pode aceitar ou rejeitar o pedido
de anulação a qualquer momento.
De acordo com a ação, "pode ser
facilmente aferido" a partir da gravação do evento que "a proposta
[resolução que remete decisão sobre eleições para a Executiva Nacional] não foi
votada e nem muito menos aprovada: em verdade, o ilustre presidente declarou a
resolução aprovada por aclamação sem que tal aprovação tenha sido efetivada
pelos convencionais".
Convenção conturbada: A convenção do
PP desta quarta foi conturbada e terminou de forma abrupta por determinação de
Ciro Nogueira, logo após ele declarar a aprovação da resolução. A expectativa
era que os convencionais, delegados do partido que participavam da convenção,
votassem pelo apoio à candidatura de Dilma. No entanto, a maior parte dos
correligionários presentes subiu à tribuna para defender neutralidade nas
eleições ou candidatura própria.
Contrariado pelos colegas de partido
que criticavam a provável aliança do PP com o PT na disputa presidencial, Ciro
Nogueira apresentou às pressas resolução que garantia que a executiva nacional
(grupo menor e mais fácil de criar consenso) poderia tomar a decisão sobre o
candidato que seria apoiado pelo partido. O presidente declarou a proposta
aprovada segundos após anunciar votação e sem que os votos fossem contabilizados.
Ciro Nogueira acabou vaiado e ouviu
gritos de “vendido” e “bandido”. Ele declarou a convenção encerrada e seguiu
para a reunião da executiva. O apoio à candidatura de Dilma foi anunciado
momentos depois. "Sempre ouvimos democraticamente a todos. São 27
diretórios e apenas dois se rebelaram de forma inadequada. A maioria quer o
apoio à presidente. Já está sacramentado o apoio", disse Nogueira após
anunciar o apoio.
O PP tem hoje o comando do Ministério
das Cidades, sob a chefia do ministro Gilberto Occhi. O partido também soma 39
deputados federais e forma na Câmara um bloco com o PROS (20 parlamentares) -
que aprovou na terça-feira (24) o apoio a Dilma. Os 59 deputados do bloco
representam a terceira maior bancada da Câmara. No Senado, o PP tem cinco
representantes, de um total de 81 senadores.
Fonte:
site O Globo 25/06/2014
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