O PCdoB aprovou nesta sexta-feira (27)
por unanimidade, em convenção nacional realizada em Brasília, o apoio à
reeleição da presidente Dilma Rousseff nas eleições presidenciais de outubro.
A
aliança foi confirmada entre os participantes do evento mesmo com desavenças
entre as duas legendas em candidaturas em pelo menos três estados.
Os integrantes do partido já tinham
feito um acordo prévio sobre a aliança com o PT.
No encontro, também foram aprovadas
diversas propostas da sigla para serem apresentadas à campanha de Dilma. Entre
as sugestões do PCdoB para os próximos quatro anos de governo estão a regulação
dos meios de comunicação, a reforma política e a reforma no Judiciário.
Em discurso, o presidente do partido,
Renato Rabelo, afirmou que o apoio à candidatura de Dilma "tem sentido
estratégico para o PCdoB" e que a reeleição significa um "novo ciclo
de desenvolvimento".
“[Dilma] apresenta o que ela define
como plano de transformação nacional concebido para realizar um grande projeto
de mudanças na transformação da educação no país, revolução tecnológica e
revolução no acesso digital. Destaca a premência na reforma nos serviços
públicos, a reforma urbana e política, reforma democrática e reforma
federativa”, declarou Rabelo.
Rabelo também destacou a aliança do
partido com governo do PT desde o mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva.
"Hoje a relação do nosso partido
com a presidenta se estreitou, amadureceu, havendo relação de confiança mútua.
Portanto, a candidatura da presidenta Dilma é a candidatura que o momento e o
Brasil exigem […]. É a liderança que pode conduzir o país aos novos
desafios", completou o presidente do PCdoB.
Disputas regionais: Apesar do apoio
praticamente unânime à aliança na campanha presidencial, dirigentes da sigla
citaram a vontade do partido em lançar candidatos próprios ao Senado mesmo em
estados onde o PT tem nomes para a disputa, como Ceará e Sergipe.
O senador Aníbal Diniz (PCdoB-CE)
pretende lançar sua candidatura à reeleição no Ceará, onde o PT defende a
candidatura do deputado federal José Guimarães (PT-CE) para o Senado.
"O PT exigiu a vaga do Senado no
Ceará, que é a vaga que eu estou presente. É uma batalha, vou brigar com o PT
até o último minuto. É uma coisa inconsequente, vamos ter problemas. Não
sabemos ainda [como vai ficar], vamos brigar até o último momento", disse
Diniz.
Também há divergências entre PCdoB e
PT no Maranhão. O estado é o único onde os comunistas pretendem lançar candidatura
própria a governador, com o nome de Flávio Dino. No entanto, PT apoia a
candidatura de Lobão Filho (PMDB), filho do ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão.
De acordo com secretário nacional de
organização do partido, Walter Sorrentino, o PCdoB fechou aliança com o PT na
disputa para governos estaduais em 10 unidades da federação. Em sete estados, a
união foi selada com o PMDB. Outras quatro alianças foram firmadas com PSB e
mais duas com PSD.
Propostas: Na lista de propostas que
serão sugeridas para o programa de governo da reeleição de Dilma está a
"regulação democrática dos meios de comunicação”. O partido pretende
proibir o que chama de “monopólio no setor”, estimular a produção regional e
garantir o direito de resposta.
No Judiciário, o PCdoB defende
estabelecer prazo para o mandato de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
criando a possibilidade de alternância e acabando com a vitaliciedade. Em
relação à reforma política, a sigla apoia a o financiamento público de campanha
e a adoção de voto em lista nas eleições para deputado.
A sigla elogia em seu conjunto de
propostas a Política Nacional de Participação Social, criada em maio por
decreto presidencial com o objetivo de incluir "conselhos populares"
na tomada de decisões do governo. A medida tem sido criticada por parlamentares
que enxergam na proposta invasão das atribuições do poder legislativo.
Fonte: Site O Globo 27/06/2014
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