Último lance definirá os rumos das
alianças, principalmente em relação ao PP.
Todos os olhos da política catarinense
estão voltados para os gestos e, especialmente, para a próxima cartada do
senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB). É a jogada do experiente e
vitorioso peemedebista que deve definir os rumos, os nomes e as alianças da
eleição catarinense.
As cartas estão quase todas na mesa. O
governador Raimundo Colombo (PSD) deixou claro que pretende ter em
sua coligação as duas maiores e antagônicas forças políticas do Estado: o PMDB
e o PP. A posição deve ser reafirmada na segunda-feira, quando o governador
encontra as lideranças pepistas para agradecer o apoio atual e futuro.
Na semana que passou, o entendimento
entre os rivais avançou em um almoço conjunto das bancadas na Assembleia
Legislativa. O último obstáculo é o veto de Luiz Henrique.
De Taiwan, onde participa de uma
missão oficial do Senado, o peemedebista acompanha os movimentos e se mantém em
silêncio. Mesmo após o retorno ao país, na terça-feira, LHS vai se manter o
maior tempo possível longe do Estado _ uma agenda apertada de votações em
Brasília é a justificativa. A intenção é voltar com força a partir de 12 de
junho, estreia do Brasil na Copa do Mundo, para fazer sua jogada.
— O LHS é um jogador de pôquer.
Ele blefa sem piscar — compara um pessedista.
A expectativa é de que assuma
oficialmente um discurso ensaiado nos bastidores, de que a aliança de Colombo
tenha dois candidatos ao Senado: um peemedebista, outro pepista. O arranjo
faria com que o governador pudesse manter a palavra e dar a vaga ao deputado
estadual Joares Ponticelli (PP) e também garantir a posição de Luiz
Henrique, que dando uma opção de voto aos peemedebistas anti-aliança.
O argumento é um óbvio blefe,
rejeitado pelos pepistas por ser considerado desvantajoso e pelo governador
porque obrigaria o PP a não integrar oficialmente a coalização —
desperdiçando o tempo do partido no horário eleitoral
A proposta é lida como parte da
cartada de Luiz Henrique pelos demais jogadores. Quem acredita no veto do
senador à presença do PP na coligação, entende que ele joga esperando que os
pepistas rejeitem a proposta e que Colombo precise optar.
— Ele convenceu centenas de delegados
do PMDB a votar na aliança com o Colombo dizendo que o PP não ia participar. O
Luiz Henrique não tem dois discursos — diz um aliado.
Mas há quem entenda que a proposta de
dois senadores traz embutida a aceitação da presença dos pepistas e que que
isso pode evoluir para o palanque sonhado por Colombo. Um indicativo disso é
que peemedebistas próximos ao senador começam a defender a ampla aliança.
— A bancada vai chamar o Luiz
Henrique e dizer que ou ele é candidato ao governo ou aceita a
composição — acredita um peemedebista que considera a aliança próxima.
Ao mesmo tempo em que espera uma
definição de Luiz Henrique, o governador entende o dilema do senador e não
pretende pressioná-lo. Conta, inclusive, com o risco de perder o parceiro
fundamental em suas vitórias nas eleições para senador, em 2006, e para o
governo, em 2010.
— O Colombo tem consciência de
que a posição do Luiz Henrique pode não ser um blefe. Se o PMDB não vier,
paciência — afirma um aliado.
Fonte: Site A Notícia 31/05/2014
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