O primeiro debate entre os
candidatos ao Palácio do Planalto, que está marcado para a noite desta
terça-feira, na Band,
será marcado pela tentativa da presidente Dilma
Rousseff (PT) e do senador Aécio Neves (PSDB) de se apresentarem
como gestores eficientes, sugerindo fragilidades de Marina Silva (PSB)
nessa área.
Já a ex-ministra do Meio Ambiente
pretende recorrer às trajetórias dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e
Fernando Henrique Cardoso para desconstruir o argumento de inexperiência como
gestora.
A subida da ex-ministra do Meio
Ambiente nas pesquisas preocupa tanto o comando da campanha de
Dilma quanto o comitê de Aécio. Convencida de que será alvo de estocadas,
Marina pretende se apresentar como a candidata que não chegou para segregar,
mas sim para quebrar a polarização e unir "pessoas de bem"
na política, mesmo sendo elas de outros partidos, como o PT ou o PSDB.
Dilma será a primeira a falar no
debate da Bandeirantes, seguida por Marina. A ordem, definida em sorteio, foi
comemorada pela equipe de Aécio, para quem o tucano poderá captar o tom da
discussão entre as adversárias para reagir "com serenidade", caso
seja necessário.
Ex-governador de Minas Gerais, o
candidato do PSDB buscará o confronto com Dilma e suas críticas a Marina devem
ser mais sutis. Coordenadores da campanha tucana disseram que Aécio só atacará
diretamente a candidata do PSB se ela tomar a iniciativa. A tática principal
consiste em ser mais incisivo com Dilma. As provocações endereçadas ao governo
terão o objetivo de reforçar a polarização entre petistas e tucanos.
Com essa estratégia, o mau
desempenho da economia e o atraso nas obras estarão na mira de Aécio,
que também pretende questionar a eficácia de Dilma como "gerente". Na
tentativa de apresentar um discurso simples e sem rodeios, o candidato do PSDB
vai bater na tecla da volta da inflação, da escassez de investimentos e
criticar o pífio crescimento do País.
A presidente passou boa parte de
segunda-feira reunida com auxiliares no Palácio da Alvorada, preparando-se para
o debate. À noite embarcou para São Paulo. Antes de ir para a emissora, Dilma
vai se encontrar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
– Eu sempre me preparo para os debates
porque acho que é minha obrigação chegar lá e responder às perguntas o melhor
que eu posso – disse Dilma em entrevista na segunda à noite, no Alvorada.
Na semana passada, Lula disse a Dilma
que é preciso tomar muito cuidado com Marina. Para o ex-presidente, a candidata
do PSB herda um ativo de quase 20 milhões de votos da eleição de 2010, quando
concorreu ao Planalto pelo PV, além de um clima de comoção nacional com a morte
de Campos, e pode encarnar a retórica da mudança. No diagnóstico de Lula, o PT
precisa fazer de tudo para repaginar o discurso e tentar atrair os eleitores da
ex-ministra descontentes com o governo.
O comando da campanha de Dilma se
debruçou sobre problemas da época em que Marina foi ministra do Meio Ambiente
do governo Lula, de 2003 a 2008. Na lista de "fragilidades" de Marina
os petistas citam a falta de experiência administrativa e o radicalismo, que
provoca entraves ao crescimento econômico, além da resistência dela ao
agronegócio e da ausência de estrutura partidária e de aliados para governar.
Marina deve enfatizar sua "visão estratégica"
Em resposta às críticas sobre sua
capacidade de gestão, Marina deve argumentar que Lula nunca havia ocupado cargo
administrativo antes de ser eleito presidente, em 2003. Fernando Henrique, da
mesma forma que ela, só havia sido ministro. A candidata do PSB vai rebater os
possíveis ataques de Dilma e de Aécio enfatizando que, em um momento de crise,
o país precisa de algum com capacidade de juntar no mesmo governo nomes do PT e
do PSDB.
Em um recado direto a Dilma, Marina
vai repetir, se provocada, o discurso de que a petista será a primeira
presidente na história a entregar um país pior do que recebeu.
– A chamada "gestora"
entregará o país no caos – afirmou o coordenador adjunto da campanha, Walter
Feldman (PSB-SP).
Marina vai se apresentar como a única
com "visão estratégica", capaz de promover uma "transição
positiva" e sem a polarização entre PT e PSDB.
Quarto colocado nas pesquisas, o
candidato do PSC, Pastor Everaldo, disse que vai manter o equilíbrio e usar o
debate para reforçar a "defesa incondicional da livre concorrência e do
empreendedorismo"..
Fonte: Site A Notícia 26/08/2014
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