Elpídio Neves diz que a política
acompanha sua trajetória desde que tinha oito anos de idade.
Candidato a governador de Santa Catarina pelo Partido Republicano Progressista (PRP), ele conta que com essa idade a comunidade onde morava, em São Borja (RS), precisava fazer um abaixo-assinado para conseguir luz elétrica e, como ninguém se manifestou, pegou a folha em branco com um cabeçalho preenchido pelas irmãs e percorreu a região em busca de apoio.
Candidato a governador de Santa Catarina pelo Partido Republicano Progressista (PRP), ele conta que com essa idade a comunidade onde morava, em São Borja (RS), precisava fazer um abaixo-assinado para conseguir luz elétrica e, como ninguém se manifestou, pegou a folha em branco com um cabeçalho preenchido pelas irmãs e percorreu a região em busca de apoio.
Entre os dias 18 e 27 de agosto, o G1
publica os perfis dos candidatos ao Governo de Santa Catarina. A ordem de
publicação foi definida por sorteio na RBS TV, com participação de
representantes dos partidos. Além disso, todos os candidatos responderam as
mesmas perguntas.
Desde então, após conseguir que a luz
elétrica chegasse à comunidade, o candidato de 59 anos se envolveu em campanhas
de outros políticos, passou por pelo menos quatro partidos, se candidatou aos
cargos de deputado federal, prefeito e vereador e mudou algumas vezes de cidade
e até de estado. Porém, o interesse pela política sempre o acompanhou.
Formado em Administração, e, conforme
ele, com duas pós-graduações e mestrado, aposta na escola integral como forma
de melhorar a vida dos catarinenses. “Os pais vão deixar os filhos às 8h e
buscar às 17h. Vamos ter a melhor merenda escolar orgânica do Brasil, feita com
produtos da agricultura familiar. Na escola, eles vão ter teatro, música e
pintura e vão voltar cansados para casa”, afirmou.
Ele nasceu em Quata (SP), mas ainda na
infância a família se mudou para o Rio Grande do Sul, onde ficou até a
adolescência. No estado gaúcho, passou por Guarani das Missões e Bento
Gonçalves. “Já nessa época ajudei a eleger os primeiros políticos, prefeito,
vereadores”, disse.
Aos 21 anos, o pai faleceu e afirma
ter assumido a tarefa de sustentar os seis irmãos mais novos. “Era torneiro
mecânico, a mesma profissão do Lula. Na época, recebia quatro salários mínimos
e conseguia sustentar todos. Foi assim durante seis anos e se precisasse faria
tudo de novo. Todos eles estudaram, constituíram família. Não faltou nem tempo
para namorar”, disse o candidato, que atualmente é divorciado e pai de dois
filhos: a arquiteta Aline, de 30 anos, e Adriano, de 26 anos, estudante
universitário de engenharia.
A primeira vez que morou em Santa
Catarina foi em 1981, quando se mudou para Joinville, onde terminou o Ensino
Médio e cursou engenharia e administração. Sete anos depois, foi para São
Paulo, cidade onde se candidatou pela primeira vez a um cargo público, pelo
PTB, em 1994. Segundo ele, conseguiu ser eleito suplente de deputado federal.
No período que esteve em São Paulo,
Elpídio trabalhou na Secretaria da Fazenda, em uma multinacional alemã e na
empresa de urbanização do Estado de São Paulo. Ainda na capital paulista, fez
pós-graduações em comércio exterior e marketing. Também iniciou um doutorado em
Direito na Universidade de São Paulo (USP), no qual, segundo o candidato, foi
orientado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Eros Grau. Porém, conforme
o currículo lattes, a pesquisa não foi concluída.
Depois disso, resolveu mudar novamente
para Santa Catarina, motivado pelo fato do filho já morar em Florianópolis e
pela perspectiva de outras oportunidades profissionais. Na capital catarinense,
já em 1996 se candidatou ao cargo de vereador e foi eleito suplente. Quatro
anos depois, foi candidato a prefeito ainda pelo PTB. Em 2004, se
candidatou ao mesmo cargo, mas pelo PHS, e em 2006 encarou a primeira
candidatura ao governo do estado, pelo PTC.
Atualmente, continua em Florianópolis,
onde relata ter passado pela Imprensa Oficial do Estado (IOE), pela ocupação de
bancário no Banco do Estado de Santa Catarina (BESC), posteriormente vinculado
ao Banco do Brasil, e desde 2005 é funcionário público da Universidade do
Estado de Santa Catarina (UDESC), na área administrativa.
Já como político, entre os episódios
que diz ter sido determinantes está um encontro com Ulysses Guimarães,
político e advogado opositor à ditadura militar que morreu em um acidente aéreo
de helicóptero em 1992: “Eu encontrei ele na rua e me deu três conselhos. Dois
deles não posso dizer, mas o último foi: ‘nunca discuta com o eleitor. Ele está
sempre com a razão, porque é dono do voto´", lembrou ele, que diz seguir o
conselho desde então.
Qual considera o maior problema do estado?
Educação e também o que eu chamo de
instrução. Educação é o que se aprendeu em casa: sujou, limpou... já a
instrução é o que se busca no colégio: português, matemática. Temos 85 mil
pessoas que foram fazer o título de eleitor e quando perguntadas se sabiam ler,
disseram que eram analfabetas. Temos muitas pessoas que não tem Ensino
Fundamental incompleto. Pretendo criar escolas em período integral, onde os
pais deixam os filhos às 8h e vão buscar às 17h. Vamos ter a melhor merenda
escolar orgânica do Brasil, feita com produtos da agricultura familiar. Na
escola, eles vão ter teatro, música e pintura e vão cansados para casa.
Qual considera a maior potencialidade
do estado?
A geografia bonita e bem definida. Temos
uma economia setorial diferenciada em cada macrorregião - não é misturada como
em outros estados. Em Joinville, o setor metalmecânico, no Vale do Itajaí o
setor têxtil, Oeste é de frangos e frios, Lages produz gado e o Litoral que se
destaca com a pesca. É uma economia não conflitante. Tem emprego sobrando.
Nossa potencialidade é ter miscigenação. Na economia e na gente.
Como pretende mudar o estado nos
próximos quatro anos?
Vou trabalhar 18 horas por dia de
forma ininterrupta e dormir só seis horas por dia. Trabalhando a serviço de
todos os catarinenses. Atacar com todos os setores que estiverem com obras mau
feitas, economia desagregadas. O estado é pai, é imortal, e tem que cuidar dos
seus filhos e filhas, as crianças, os adolescentes. O estado tem que se fazer
presente e tomar decisões que podem beneficiar a população.
Fonte: Site O Globo 20/08/2014
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