Gilmar Salgado diz que nunca
havia se interessado por política até se tornar funcionário público e se
engajar em discussões sindicais.
Ele nasceu na cidade de Maravilha, no Oeste
catarinense, e afirma que na época, em 1960, apesar do momento histórico que o
país vivia, não havia mobilizações na região. Além disso, filho de um policial
militar, ele diz que a política não fazia parte das discussões da família.
Entre os dias 18 e 27 de agosto,
o G1 publica os perfis dos candidatos ao Governo de Santa Catarina. A
ordem de publicação foi definida por sorteio na RBS TV, com participação de
representantes dos partidos. Além disso, todos os candidatos responderam as
mesmas perguntas.
Aos 53 anos, porém, o candidato a
Governador de Santa Catarina pelo Partido Socialista dos Trabalhadores
Unificado (PSTU) conta que dedica grande parte de sua vida ao que acredita.
Entre as propostas, se eleito, quer dobrar o piso regional para cerca de R$ 3
mil e reduzir a jornada de trabalho para 36 horas semanais, sem redução de
direitos.
Um dos filhos mais velhos de um total
de 10 irmãos, ele conta que começou a trabalhar cedo para auxiliar os pais.
Ainda criança, ajudava em atividades como buscar lenha na mata, já que não
havia luz elétrica na comunidade. Seu primeiro emprego com carteira assinada
foi como servente de pedreiro. Também relata ter sido vendedor de frutas e
frentista.
Em 1981, com 20 anos, foi morar em
Chapecó, em uma república de rapazes, onde ficou sabendo que haveria um
concurso da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). Decidiu fazer
a prova e passou para uma vaga no setor comercial da empresa. Foi ali, quatro
anos depois, que ele afirma ter tido a primeira atuação política, praticamente
sem querer.
“Em 1985, começou uma luta para mudar
a diretoria do Sindicato da Casan, que mais estava do lado da empresa do que
dos operários. O movimento foi em Florianópolis, mas nós do Oeste ficamos
sabendo e apoiamos. Em 1987, eles decidiram fazer greve e eu mobilizei os
funcionários em Chapecó. Fui um líder, mas sem saber”, afirmou. Depois disso,
surgiu o convite do grupo que havia organizado a greve para que Salgado atuasse
como delegado sindical representando a região.
Ainda no Oeste, iniciou o curso
superior em história e na universidade onde estudava se engajou ao Diretório
Central dos Estudantes (DCE). Cursou dois anos e meio até se mudar para a
capital catarinense, após receber o convite do sindicato da Casan para fazer
parte da diretoria. Pouco depois, ele lembra, que foi convidado a integrar o
Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual se filiou.
Na capital catarinense nasceu sua
única filha, Gilmara Manoela. Já na vida política, dois anos e meio depois de
ingressar no PT, saiu para ajudar a fundar o PSTU. No novo partido, foi candidato
a senador, duas vezes a prefeito de Florianópolis, uma vez a vereador e
candidato a governador em 2010 e, agora, em 2014. Apesar de não ter sido eleito
nenhuma vez, diz estar à disposição do partido.
“Nós temos um orçamento baixo, nosso
financiamento são as mensalidades dos filiados. Nossa forma de fazer política
não é atrelada a grandes empresas, mas sigo o ideal porque acredito nele”,
afirma o candidato.
Qual considera o maior problema do
estado?
A destinação do orçamento para atender
as necessidades da classe trabalhadora, que não existe. Parte desse dinheiro
vai para pagar juros de dívidas, sendo que poderia melhorar áreas como moradia,
saneamento básico, transporte. Precisamos suspender o pagamento e fazer uma
auditoria para verificar se temos que pagar ou se já foi paga. A vida é acima
da dívida.
Qual considera a maior potencialidade
do estado?
A classe trabalhadora. Se Santa
Catarina está em sétimo lugar no PIB [ Produto Interno Bruto], é graças a quem
produz as riquezas. Por isso, precisamos melhorar a média salarial e as
condições de trabalho, reduzindo o número de acidentes.
Como pretende melhorar o estado nos
próximos quatro anos?
Com a redução da jornada de trabalho
para 36 horas semanais, sem redução de direitos. Mais investimento em escolas técnicas,
pois houve expansão, mas sem qualidade. Precisamos capacitar os trabalhadores
não só para serem mão de obra, mas para serem sujeitos históricos, educados
para terem uma visão crítica, articulação e cultura. Precisamos ainda de um
plano de obras públicas, ouvindo a população para saber quais são as
prioridades e com uma empresa estatal de construção. Além disso, queremos
dobrar o piso regional, para que chegue ao piso do Dieese (Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que é de R$ 3 mil.
Fonte:
Site Globo.com 26/08/2014
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