Uma das duas mulheres a disputar o
Governo de Santa Catarina nas eleições de 2014, Janaina Deitos,
do PPL, se candidata a um cargo público pela segunda vez na vida.
A
primeira foi em 2012, à Prefeitura de Florianópolis. Apesar disso, afirma que
sempre defendeu a participação das mulheres na política. Aos 39 anos, a
advogada e funcionária pública diz que a vontade de atuar na política veio das
dificuldades que enfrentou na infância e adolescência e na crença de que é
possível fazer melhor.
Entre os dias 18 e 27 de agosto,
o G1 publica os perfis dos candidatos ao Governo de Santa Catarina. A
ordem de publicação foi definida por sorteio na RBS TV, com participação de
representantes dos partidos. Além disso, todos os candidatos responderam as
mesmas perguntas.
Janaina nasceu no Rio Grande do Sul e
conta que os pais se separaram quando ainda era pequena, por isso cresceu
acompanhando o desafio da mãe de ser chefe de família. "Ela trabalhava
como técnica administrativa em um hospital, mas sempre cuidava da casa com
dificuldade. Pela necessidade de ajudar, comecei a trabalhar aos 14 anos.
Crescemos assim, sempre com dificuldade, mas eu sempre acreditei que era
possível melhorar, que devia ter uma coisa melhor, uma alternativa",
disse.
Segundo ela, foi essa inquietação que
fez com que se engajasse nos movimentos estudantis na escola onde estudava, em
Porto Alegre. "Um dia passaram nas salas de aula convidando para um
congresso. Era um pouco tímida, mas tinha essa vontade de mudanças. No Ensino
Médio, comecei a militância no Grêmio Estudantil e cheguei a ser primeira
mulher presidente da União Gaúcha de Estudantes Secundaristas (UGES)",
contou.
Janaina é casada há 16 anos e conheceu
o marido, Fabiano, ainda no Rio Grande do Sul. Após o casamento, os dois se
mudaram para Florianópolis e foi na capital catarinense que nasceram as filhas,
Gabriela, de 13 anos, e Geovana, de 11 anos.
Foi também no estado que ela se formou
em Direito e se tornou funcionária pública da Secretaria de Estado da Saúde.
Atualmente, divide o tempo entre seu escritório de advocacia e a atividade como
técnica administrativa.
Conforme Janaina, o envolvimento com a
política partidária veio com o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8),
segundo ela ligado ao PMDB, partido no qual foi filiada até 2008.
"Em 2009, foi fundado o Partido
Pátria Livre (PPL) e resolvi me juntar ao grupo. Já havia atuado internamente
no PMDB, mas nunca como candidata. Quando o PPL surgiu, eu e o Fabiano
estávamos entre os fundadores, é como uma tarefa em difundir o projeto de
estado de governo. Por isso, eu que defendi durante toda a vida a participação
das mulheres, não podia deixar de me candidatar", comentou.
"Tenho muita vontade e acredito
que dá pra fazer muito melhor e isso me impulsiona em ser candidata. Isso me
motiva", comentou.
Qual considera o maior problema do
estado?
Os recursos financeiros não estão a
serviço dos interesses da coletividade. Precisamos desprivatizar o estado, para
agir conforme os interesses da população. Estado representa os interesses
coletivos, visa o bem estar social. O aparato falha se não há planejamento.
Precisamos aumentar o investimento público, retomar a capaciade do estado
investir.
Qual considera a maior potencialidade
do estado?
Santa Catarina tem uma vocação
industrial muito grande e além de tudo a indústria catarinense tem produções
diversificadas, com um potencial diferente em cada região. O estado é tão
importante que, mesmo sendo muito pequeno, a produção industrial representa
mais de 6% da produção do Brasil.
Como pretende mudar o estado nos
próximos quatro anos?
Apostando no desenvolvimento econômico
e humano. Se o estado não se desenvolve, não consegue melhorar a vida dos
catarinenses. Precisamos de um governo atuante no planejamento, juntando todas
as frentes. Governo eficiente é aquele que consegue investir e transferir as
riquezas para o acesso ao serviço público.
Precisamos de uma democracia de alta
intensidade. Desobstruir os canais de participação que já existem e criar
novos. Chamar empresários, intelectuais e todos os catarinenses para estarem
próximos ao governo.
Queremos retomar o planejamento e
investir em áreas como a geração de energia, cujo potencial do estado é enorme,
mas ainda temos que comprar energia e encarar o aumento de tarifa, além de
investir em outro setor básico, que é a questão do saneamento.
Fonte: Site O Globo 19/08/2014
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