Manifestantes se reuniram na tarde
deste sábado (1) em frente ao Congresso Nacional para pedir o impeachment da
presidente reeleita Dilma Rousseff (PT).
O protesto foi convocado pelas redes
sociais e as pessoas começaram a chegar à Esplanada dos Ministérios às 14h.
De acordo com a Polícia Militar, até
as 15h30 havia cerca de 350 pessoas no ato. Com blusas amarelas e cartazes que
pedem a saída do PT, o grupo gritou palavras de ordem como: "um, dois,
três, Lula no xadrez" e "muda, muda, muda, Dilma na Papuda". Um
carro de som foi usado para ajudar na mobilização.
Acompanhado da mulher e das duas
filhas, uma de sete anos e outra de seis meses, o supervisor de manutenção
André Biechek veio de Uberlândia (MG) a Brasília para acompanhar o
protesto.
"O que me motivou a vir aqui é a
indignação com todos os escândalos de corrupção. Estamos no fundo do poço. É
preciso punir os corruptos. Precisamos tomar uma medida urgente, senão o país
vai ter um colapso", afirmou.
A estudante Letícia Leite Moura
defendeu que o Brasil precisa de "mudança" e se disse frustrada com
as recentes denúncias de corrupção na Petrobras. "Temos que tentar mudar
um pouco, reduzir a corrupção. Precisamos fazer a nossa parte para tentar
mudar", afirmou, carregando um cartaz que pede o impeachment de Dilma.
Depois de ficar por uma hora e meia em
frente ao Congresso, os manifestantes decidiram fazer uma passeata e ocuparam
parte da Esplanada dos Ministérios, o que provocou lentidão no trânsito entre
15h30 e 17h.
O grupo foi até a rodoviária e voltou
a descer em direção ao Congresso Nacional. Algumas pessoas acompanharam o protesto
de carro, apertando a buzina e sacudindo bandeiras do Brasil pela janela.
Depois de dar a volta na Esplanada, os
manifestantes voltaram a se concentrar em frente ao Congresso e cantaram o hino
nacional. O trânsito voltou ter fluxo normal às 17h.
Eleição acirrada: Após uma campanha
marcada por ataques entre os candidatos, Dilma venceu a eleição de domingo (26)
com 51,64% dos votos contra 48,36% do candidato do PSDB, Aécio Neves. A
diferença de 3,4 milhões de votos entre os dois candidatos tornou essa disputa
eleitoral a mais acirrada desde 1989, quando o Brasil voltou a ter eleição
direta após os 20 anos de ditadura militar.
Na última quinta (29), o deputado
federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) coordenador jurídico da campanha do PSDB à
Presidência, protocolou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um pedido para que
seja realizada uma auditoria no resultado da eleição presidencial. Na peça
jurídica, o partido sugere a criação de uma comissão com representantes do
tribunal e de partidos para verificar o sistema que apura e faz a contagem dos
votos. O tucano argumenta que a confiabilidade da apuração e a infalibilidade
da urna eletrônica têm sido questionadas nas redes sociais.
A iniciativa foi criticada pelo
corregedor-geral eleitoral, ministro João Otávio de Noronha, responsável por
fiscalizar a regularidade do processo eleitoral. Ao G1, ele defendeu o
sistema de apuração dos votos e destacou que os candidatos precisam “saber
ganhar e perder”.
“Isso é muito negativo para a imagem
do processo eleitoral do Brasil. As pessoas têm que saber ganhar e perder. O
sistema é seguro, é verificado, checado, auditado. Esse pedido causa uma imagem
muito ruim para o país. Acredito que a cúpula do partido não foi consultada”,
afirmou.
Fonte: Site O Globo 01/11/2014
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