Com apoio da oposição, do grupo
independente do PMDB e à espera de mais dissidentes, Luiz Henrique da
Silveira (PMDB-SC) desafia a permanência de Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência
do Senado.
A candidatura para o biênio 2015-2016, a ser formalizada
sexta-feira, surpreendeu o Palácio do Planalto, aliado de Renan, que já
atua para esvaziar o adversário.
Ao empunhar a bandeira da renovação, o
ex-governador busca a indicação de consenso do PMDB, dono da maior bancada da
Casa, que costuma apontar o presidente. Mesmo alvejado pelas suspeitas de
envolvimento nos desvios da Operação Lava-Jato, Renan articula para receber a
chancela à reeleição. Agora, a legenda terá de decidir em reunião no sábado.
No dia seguinte, após a posse dos
novos senadores, será feita a eleição para presidência em votação secreta.
Diante do novo cenário, uma hipótese cogitada por Renan é lançar outro nome,
que poderia ser Eunício Oliveira (PMDB-CE), também cortejado pelo grupo de Luiz
Henrique, que lhe ofereceu a liderança do governo.
Entre quinta e sexta-feira, o
catarinense procurará o Planalto, fechado com Renan. A ideia é rechaçar a imagem
de que o novo candidato está na oposição. No sábado, caso o PMDB opte por
Renan, Luiz Henrique tende a se manter na disputa, porém como um independente
turbinado pelos votos de PSDB, DEM, PP e PDT.
A possibilidade de tentar o comando do
Casa já era estudada pelo ex-governador desde novembro do ano passado. Antes,
na vitória de Renan em 2013, o catarinense ensaiou uma candidatura e desistiu.
Desta vez, incentivado por colegas, decidiu entrar na disputa.
— Luiz Henrique é hábil. Não
concorreria sem chance de vencer — avalia um peemedebista.
LHS confirmou o desejo de concorrer na
terça-feira, quando mergulhou em uma rotina de reuniões e telefonemas. No mesmo
dia, recebeu os cumprimentos e apoio do ex-presidente Fernando Henrique (PSDB),
gesto também feito por José Sarney (PMDB-AP).
Na noite de terça, o ex-governador
conversou com o vice-presidente Michel Temer, que também preside o PMDB. O
cacique sugeriu que ele se entendesse com Renan, a fim de arrefecer a disputa
interna do partido, porém não o instruiu a retirar o nome do pleito.
Quarta-feira, Luiz Henrique se reuniu
com Renan, em Brasília. Reafirmou a candidatura, enquanto o eventual adversário
não confirmou se concorrerá ou não. Em nota, o atual presidente do Senado
ponderou a necessidade de respeitar a indicação do partido. A bancada do PT,
segunda maior, mantém o mesmo discurso oficial, defendido pelo líder da sigla,
Humberto Costa (PT-PE).
Fonte: Site Jornal A Notícia
29/01/2015
Nenhum comentário :
Postar um comentário