O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
foi eleito neste domingo (1º) presidente da Câmara em votação em primeiro
turno.
Com 267 votos recebidos, Cunha comandará a Casa por dois anos.
O posto de presidente da Câmara dos
Deputados é estratégico para o governo federal por definir os projetos que irão
ao plenário e ditar o ritmo de votações.
Na votação, Cunha derrotou outros três
candidatos, incluindo o representante governista, Arlindo Chinaglia (PT-SP),
que recebeu 136 votos. O candidato do PSB, Júlio Delgado (MG), ficou em terceiro
lugar, com 100 votos, e o do PSOL, Chico Alencar (RJ), em quarto, com oito
votos. Dois deputados votaram em branco.
Após a vitória de Cunha ser anunciada,
o novo presidente da Câmara disse que “o parlamento soube reagir no voto” à
tentativa do governo de impedir a sua vitória. Ele afirmou, porém, que esse “é
um episódio virado” e que ele e seus aliados não devem “fazer disso nenhum tipo
de batalha.”
O peemedebista reforçou sua bandeira
de campanha, de que garantirá “independência” ao Legislativo face ao Executivo.
“A gente deixou muito claro que ia buscar altivez e independência do
parlamento. Aqui é palco de exercer os grandes debates que a Casa precisa e vai
fazer. Nunca, em nenhum momento, falamos que seríamos oposição. Não falamos
também que seríamos submissos”, afirmou.
Com a eleição, Cunha se torna o
segundo na linha de sucessão do presidente da República - assumirá o comando do
Executivo na ausência de Dilma e do vice-presidente Michel Temer. Nos últimos
dois anos, o ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ocupou
a Presidência da República em duas ocasiões.
A gente deixou muito claro que ia
buscar altivez e independência do parlamento. [...] Nunca, em nenhum momento,
falamos que seríamos oposição. Não falamos também que seríamos submissos"
Eduardo Cunha, presidente eleito
da Câmara dos Deputados
da Câmara dos Deputados
A atribuição de selecionar os projetos
e propostas de emenda à Constituição que serão apreciadas em plenário é
exclusiva do presidente da Câmara, após consulta a líderes partidários. Por
isso, o nível de entrosamento e alinhamento ideológico com o governo federal
pode facilitar ou dificultar a aprovação de programas federais que exijam o
aval do Congresso Nacional.
Como é o presidente da Casa que também
dita o ritmo das votações – pode acelerar ou retardar as sessões –, medidas
provisórias podem ser aprovadas com rapidez ou vir a “caducar” – perder a
validade por demora na votação. Assim, a própria eficiência do governo federal
depende fortemente da atuação do Congresso Nacional.
Eleitos:
Além de Cunha, foram eleitos para compor a Mesa Diretora da Câmara:
Eleitos:
Além de Cunha, foram eleitos para compor a Mesa Diretora da Câmara:
- Waldir
Maranhão (PP-MA): 1º vice-presidente
- Giacobo (PP-PR): 2º vice-presidente
- Beto Mansur (PRB-SP): 1º secretário
- Felipe Bornier (PSD-RJ): 2º secretário
- Mara Gabrilli (PSDB-SP): 3ª secretária
- Alex Canziani (PTB-PR): 4º secretário
- Giacobo (PP-PR): 2º vice-presidente
- Beto Mansur (PRB-SP): 1º secretário
- Felipe Bornier (PSD-RJ): 2º secretário
- Mara Gabrilli (PSDB-SP): 3ª secretária
- Alex Canziani (PTB-PR): 4º secretário
- Mandetta
(DEM-MS): 1° suplente
- Gilberto Nascimento (PSC-SP): 2º suplente
- Luiza Erundina (PSB-SP): 3ª suplente
- Ricardo Izar (PSD-SP): 4º suplente
- Gilberto Nascimento (PSC-SP): 2º suplente
- Luiza Erundina (PSB-SP): 3ª suplente
- Ricardo Izar (PSD-SP): 4º suplente
Campanha: Durante a campanha para a
Presidência da Câmara, Cunha prometeu equiparar o salário dos deputados com o
de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – teto do funcionalismo público.
Cunha disse também que vai garantir o pagamento de emendas parlamentares a
deputados “novatos”.
O líder do PMDB promete ainda, se for
eleito, colocar imediatamente em pauta a votação em segundo turno da Proposta
de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento Impositivo, que obriga de forma
permanente o governo a pagar as emendas individuais dos deputados.
O peemedebista também quer dar
“visibilidade” à atuação dos parlamentares nas suas bases eleitorais. A
bandeira é viabilizar a cobertura das atividades dos deputados em seus estados
pela TV e Rádio Câmara, veículos de comunicação pagos com o orçamento da Casa.
Outra proposta de Cunha é criar a
Comissão da Pessoa com Deficiência, um colegiado específico para analisar
projetos com esse tema. Assim, as comissões permanentes da Câmara passariam de
22 para 23.
Fonte: Site O Globo 01/02/2015
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