O presidente do Senado Federal, Renan
Calheiros (PMDB-AL), foi reeleito neste domingo (1º), por 49 votos de 81,
para mais dois anos à frente do cargo mais alto do Legislativo.
Ele venceu o
colega de partido Luiz Henrique (PMDB-SC), que se lançou na disputa sem apoio
do PMDB.
Renan presidirá a Casa em 2015 e 2016
juntamente com a nova Mesa Diretora, que será escolhida na próxima terça-feira
(3). Luiz Henrique obteve 31 votos e houve um nulo.
A votação, que é secreta, foi feita em
cédulas de papel e depositadas em uma urna. A apuração dos votos foi feita em
voz alta pelo líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE).
Este será o quarto mandato de Renan
Calheiros na presidência do Senado. O primeiro foi em fevereiro de 2005.
Foi reconduzido em 2007, mas acabou renunciando ao cargo em meio a denúncias de
que usou dinheiro de lobista para pagar pensão de uma filha fora do casamento.
Reeleito senador, foi escolhido novamente para a presidência em 2013.
Nos últimos dois anos em que esteve à
frente do Senado, Renan teve confrontos com o Supremo Tribunal Federal
(STF), ao qual acusou de interferir nos trabalhos do Legislativo, e ajudou o
Palácio do Planalto a garantir a aprovação de projetos importantes, como a Lei
dos Portos e a alteração da meta de superávit de 2014.
'Renovação da confiança': Após a
proclamação do resultado, Renan agradeceu aos colegas pela “renovação da
confiança”. “Me obriga a redobrar o trabalho, triplicar o ânimo, quadriplicar a
vontade de acertar para corresponder ao crédito que me foi concedido pelos
senadores”, afirmou.
O presidente ainda agradeceu ao seu
partido, o PMDB, que, segundo afirmou Renan, garante a ele “estabilidade”.
“Como fiador do modelo democrático, o partido atua para o equilíbrio do poder e
repele qualquer pendor hegemônico onde quer que ele esteja camuflado”, disse.
O senador voltou a destacar a
necessidade de se aprovar uma reforma política e prometeu se empenhar
pessoalmente no assunto. Afirmou ainda que as decisões de sua gestão serão
tomadas “de forma coletiva e nunca serão monocráticas ou arbitrarias”.
Disputa contra Luiz Henrique: No
discurso após a proclamação do resultado da eleição, Renan também fez uma
menção a Luiz Henrique “pela correção e espírito público verificado ao longo de
sua trajetória”. “A disputa agora já é passado e todos nós ansiamos pelo
futuro. Serei presidente de todos os senadores, como demonstrado nos últimos
anos, desejo renovar meu firme compromisso pela autonomia e independência do
Senado”, declarou.
Embora Renan tenha oficializado sua
candidatura a somente dois dias da eleição, ele já havia começado a costurar
apoio ao seu nome ainda no final do ano passado. A demora foi criticada por
vários partidos e levou o PSB a lançar o senador Antonio Carlos Valadares (SE)
na última segunda-feira (26).
Em seguida, o peemedebista Luiz
Henrique também decidiu concorrer ao cargo com apoio da oposição. Desde o
início do ano, DEM e PSDB procuravam articular um nome alternativo do próprio
PMDB para enfrentar Renan, uma vez que cabe ao partido com maior número de
assentos (o PMDB tem 19) indicar o presidente da Casa.
Henrique foi lançado por dissidentes
do PMDB, Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e Waldemir Moka (PMDB-MS), e acabou
recebendo apoio dos partidos de oposição DEM, PSDB, PPS, PSOL e PSB e de
senadores da base governistas considerados “independentes”, como Ana Amélia (PP-RS)
e Cristovam Buarque (PDT-AP). O PSB retirou a candidatura de Valadares e aderiu
ao peemedebista.
Na última sexta-feira, a bancada do
PMDB, por 15 votos dos 19 integrantes, decidiu apoiar formalmente a candidatura
de Renan Calheiros em detrimento da de Luiz Henrique, o que recebeu apoio do
PT. Na ocasião, o presidente disse que o Congresso não caminha por
“projetos pessoais e candidaturas avulsas” e que era preciso “aceitar” as
indicações partidárias. Ainda que sem aval do partido, Luiz Henrique decidiu
dar prosseguimento à candidatura.
Fonte: Site O Globo 01/02/2015
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