Em sua primeira entrevista na TV desde
o fim do tratamento contra o câncer, o ex-presidente Lula aproveitou para fazer
também o primeiro ato midiático em favor de seu pupilo e candidato a prefeito
de São Paulo, o ex-ministro Fernando Haddad (PT).
O
programa escolhido foi o do ex-deputado federal Ratinho, de quem o
ex-presidente se disse amigo há anos.
A informalidade característica da
atração do SBT — e a disponibilidade do apresentador, que reiterou à exaustão
os agradecimentos a Lula pela entrevista — geraram o palanque ideal para expor
Haddad, desconhecido de grande parte do eleitorado paulistano. O entrevistado
era Lula, que permaneceu no ar por 50 minutos, mas, ao longo do programa, o
ex-ministro foi chamado ao palco — onde ficou por 20 minutos.
Descontraída, a entrevista foi
salpicada de alfinetadas na oposição e escadas para Haddad brilhar. Na
empolgação, Lula admitiu que, se Dilma Rousseff, por alguma circunstância, não
disputar a reeleição, ele concorrerá para "não deixar um tucano
voltar". Os temas predominantes foram saúde e educação. Ao se referir à
saúde, Lula atacou a oposição por ter acabado com a CPMF — o imposto do cheque,
derrubado no final de 2007.
— A oposição derrubou a CPMF e tirou
da saúde R$ 40 bilhões. Era um imposto para rico. Tudo para me prejudicar, mas
prejudicaram o povo pobre que precisava da saúde.
Em clima de comemoração pela
recuperação da saúde, o ex-presidente disse persistirem as dores para comer e a
falta de mobilidade na perna esquerda. Em seguida, Ratinho exibiu dois
depoimentos em homenagem a ele: do ex-jogador Ronaldo Nazário e do sambista
Zeca Pagodinho. Lula brincou com o apresentador ao se referir à nova vida longe
do Planalto, dizendo que "só então descobriu que as portas tinham
maçanetas" e afirmou já ter dito a Marisa Letícia que deixaria a política
várias vezes, "desde 1978".
Quando Haddad se aproximou, chamado
por Ratinho, os petistas enumeraram programas bem-sucedidos do governo e, em
especial, do Ministério da Educação — como o ProUni, que ofereceu bolsas
universitárias a estudantes de baixa renda. Até uma entrevista com uma
beneficiária do programa foi ao ar.
Em relação à polêmica reunião em que,
segundo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, Lula o
teria pressionado para adiar o julgamento do mensalão, o ex-presidente foi
sintético:
— Quem inventou que prove, o tempo se
encarrega de provar.
Fonte:
site Jornal A Notícia 01/06/2012
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