domingo, 3 de junho de 2012
Destaque Político SC: Aumento de acesso à internet em Santa Catarina muda perfil da campanha
Estado é o quarto do país em
domicílios ligados ao mundo virtual. As eleições deste ano, no Estado, têm tudo
para ser online e mais próxima dos eleitores. Estudo elaborado pela Fundação
Getúlio Vargas e Fundação Telefônica mostra que Santa Catarina é o quarto
Estado brasileiro em número de domicílios com acesso à internet, atrás somente
do Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro. Já entre os municípios,
Florianópolis também aparece na quarta posição, perdendo para São Caetano do
Sul (SP), Vitória (ES) e Santos (SP).
O ativista pela liberdade do
conhecimento Marcelo Branco, que coordenou a campanha na internet de Dilma
Rousseff (PT) na última eleição, é otimista com relação à influência das redes
sociais nas eleições. Para ele, o diferencial, em 2010, foi a participação dos
eleitores, já que, do volume de conteúdos postados no segundo turno, 32% vieram
de empresas de comunicação, 30% dos eleitores e 20% das coordenações de
campanha.
Na avaliação de Branco, as redes
sociais serão muito mais importantes nesta eleição do que em 2010:
— Acho que será decisivo. Claro
que a internet não ganha eleição sozinha, mas pode desequilibrar, consolidar
candidatos que estão na frente ou dar visibilidade a uma terceira via.
Mas nem todos são tão otimistas.
O publicitário Fábio Veiga, responsável pela coordenação da campanha do
governador Raimundo Colombo (PSD), afirma ter "muitas dúvidas" quanto
à eficácia das redes sociais nas eleições do Brasil. Para ele, é preciso
desmistificar a eleição de Barack Obama, já que o democrata não era apenas um
candidato, mas "uma causa, um fenômeno".
O publicitário Carlo Manfroi,
especialista em marketing digital, também destaca o fato de Brasil e Estados
Unidos terem condições políticas, econômicas e culturais diferentes. Mas
acredita que, em 2012, as redes sociais podem fazer a diferença.
Pecados da campanha virtual
Twitter, Facebook, YouTube,
Instragram, Foursquare e até o pioneiro Orkut. Não faltam ferramentas para que
os políticos se relacionem com os eleitores. E os partidos políticos já
perceberam esta tendência e apontam as redes sociais como um dos destaques
desta eleição.
Independentemente do tamanho do
município, a internet seduz os pré-candidatos por ser uma mídia que atende a um
grande número de pessoas a um custo mais baixo do que a televisão. Mas os
especialistas alertam que uma campanha feita para as redes sociais precisa
seguir as características deste meio.
Para Marcelo Branco, um pecado
que não pode ser cometido é pensar a campanha da internet de forma amadora. De
acordo com ele, o candidato precisa investir na contratação de profissionais.
A coordenadora do curso de
pós-graduação
— É imprescindível que se
contrate profissionais que sejam especialistas em mídias digitais. Muitas
empresas já erraram na internet, e esses erros foram divulgados pelas redes
sociais, alguns virando até um viral. Se grandes empresas, com profissionais de
marketing de ponta, erram, imagine o que pode acontecer com um político que
acredita que poderá postar ou tuitar sozinho? — questiona Luciana.
Fábio Veiga avalia que um erro
que o candidato não pode cometer é terceirizar suas opiniões. O entendimento é
de que é necessário evitar mensagens "unidirecionais", sendo que o
político precisa ouvir os internautas e interagir.
O relações públicas Gustavo
Canova, que atua na área de comunicação política, também acredita que nas redes
sociais o candidato não pode ser exclusivamente político, mas ter interações
típicas dos usuários, como curtir fotos e postar comentários.
Para o publicitário Carlo Mafroi,
também pega mal tentar "forçar a amizade" e também ser um "twitteiro
metralhadora", que dispara um tuite por minuto.
— Isso ninguém tolera. É preciso
saber o tom de cada rede para se comunicar com eficácia.
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