Confira dicas sobre o que o
eleitor deve observar nos candidatos na hora de decidir – e garantir o melhor –
voto.
Saber escolher bem o candidato
que irá governar a cidade ou fiscalizar a gestão do município nos próximos
quatro anos é fundamental para garantir que os recursos públicos sejam
investidos de maneira adequada.
Para ajudar o eleitor a acertar
nessas escolhas em 7 de outubro, “A Notícia” ouviu três especialistas e pediu a
cada um deles dicas sobre o que o eleitor deve observar nos candidatos na hora
de decidir – e garantir o melhor – voto.
No cenário atual da política, em
que um bom marqueteiro pode fazer verdadeiros milagres e mudar radicalmente a
imagem de um candidato, é importante o eleitor estar atento a alguns
sinais.
O primeiro deles é identificar se
o discurso e a postura apresentados pelo político são condizentes com a imagem
construída ao longo da vida pública ou se fazem parte de um personagem cuidadosamente
criado para conseguir votos.
Quem não quer correr o risco de
cair em armadilhas pode e deve se informar, conhecer a vida pessoal e
profissional do candidato.
O passado dele também é
importante. Verifique se é fiel ao partido, se as propostas dele são
executáveis e se esse candidato inspira confiança. Reúna e compare propostas,
não siga a opinião de outras pessoas e pense bem antes de fazer a sua opção.
Confira as principais dicas abaixo:
- Ficha Limpa: Verificar se o candidato
tem alguma condenação na Justiça ajuda a identificar condutas e ações que fez
no passado. Além disso, para o doutor em ciência política e social Eduardo
Guerini, também demonstra a responsabilidade na administração das contas
públicas – probidade administrativa.
- Trajetória: O mestre em sociologia
política e coordenador do Instituto de Pesquisas da Univali, Sérgio Saturnino,
alerta os eleitores para observarem o passado do candidato, indo a fundo na
investigação da vida do candidato, inclusive na sua trajetória pessoal. “É
importante saber o que ele já fez de bom e de ruim”, sugere.
- Inspirar Confiança: Saturnino afirma
que o candidato tem que inspirar confiança. “Não basta parecer, tem que ser”,
diz. Para o especialista, quando o candidato apresenta um perfil na campanha
muito diferente da imagem que tinha até então as pessoas sabem que não é
verdadeiro.
- Fidelidade partidária: Observar se o
candidato trocou muitas vezes de partido pode ser um bom critério para avaliar
sua moral. “Um político que já teve várias siglas demonstra que não é fiel nem ao
partido”, analisa Guerini.
- Fiscalização: Se você conseguir eleger
seu candidato, começa a missão mais difícil da democracia. Você, eleitor, terá
a missão de acompanhar as ações do político e cobrá-lo sobre promessas e compromissos
eleitorais. O melhor caminho para isso é a informação.
Critérios específicos para o candidato
a prefeito
- Gestor: O candidato tem que ter noções
de administração para dar conta de gerir as contas da cidade e não ficar refém
de assessores e grupos de interesse, diz Sérgio Saturnino.
- Liderança: O especialista em direito
eleitoral Fernando Fernandez explica que ter liderança é um ponto importante
para um candidato a prefeito. “Tem que ter iniciativa. Em via de regra, o
prefeito é quem comanda, mas não deve confundir autoridade com autoritarismo. Ele
deve se fazer ouvir e se fazer seguir para conseguir liderar os administrados”,
explica.
- Propostas: O eleitor tem que prestar
atenção nas propostas apresentadas pelo candidato e se ele explica como
pretende viabilizá-las para ter certeza de que são realizáveis. Segundo Saturnino,
um candidato que propõe uma obra num valor incompatível com o orçamento da Prefeitura
e não mostra como vai conseguir o dinheiro é um exemplo negativo.
- Fidelidade programática: É importante
verificar se as propostas apresentadas pelo candidato nos programas eleitorais
estão no programa de governo registrado na Justiça Eleitoral. “É comum, no
desespero por votos, o candidato começar a ventilar propostas inexequíveis”, diz
Eduardo Guerini.
- Propaganda eleitoral: O tom utilizado
na propaganda eleitoral é considerado por Guerini um bom indicativo das
intenções do candidato. “Ver se a propaganda é propositiva, se é agressiva ou
apresenta apenas propostas inexequíveis”, explica.
Critérios específicos para o candidato
a vereador
- Autonomia: Os eleitores deve se
informar se o candidato a vereador compõe alguma aliança, saber quem são os
financiadores da sua campanha. “O vereador é o representante da comunidade. Se ele
chegar à Câmara dentro de uma aliança, ele não vai representar os interesses
dos eleitores”, alerta Eduardo Guerini.
- Quem representa: O eleitor deve
procurar saber quem o candidato a vereador se propõe a representar na Câmara.
Para Saturnino, o ideal é que o eleitor escolha um candidato que vai brigar
pelos interesses do bairro ou região em que ele vive.
- Idéias que defende: Conhecer as ideias
do candidato é de extrema importância para o eleitor saber, após as eleições,
se vai ser representado. “Como vai agir de forma a ser um parlamentar
representante da comunidade”, defende Guerini.
- Saber Argumentar: O papel do vereador é
fazer negociação em base de conflito, isto é, defender constantemente os
projetos que considera essenciais para a população, por isso ter uma boa
argumentação é fundamental, explica Sérgio Saturnino.
- Integrante de organizações: Observar se
o candidato faz ou fez parte de organizações de interesse como ONGs, associação
de moradores, é importante para avaliar se ele tem o perfil de representante do
povo, se tem na sua trajetória um histórico de defender projetos que beneficiem
a população, destaca Saturnino.
Fonte: site Jornal A Notícia 01/10/2012
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