Eles conseguiram eleger os prefeitos
de suas capitais e saíram das eleições com uma vitória política sobre o PT da
presidente Dilma Rousseff.
Ao mesmo tempo, se tornam cada vez
mais potenciais adversários dela em uma disputa presidencial em 2014. O senador
Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), são
amigos e aliados políticos em espaços regionais. Cada um tem seu projeto
político presidencial.
A diferença é que o tucano milita hoje
na oposição, enquanto Campos é da base de apoio do governo federal. Mas ambos
flertam com uma aliança para 2014. Ontem, em entrevistas, os dois adotaram o
discurso de que ainda é cedo para decidir se vão disputar a Presidência em dois
anos. "Nem o PSB pode decidir nem ninguém tem isso decidido", disse
Campos.
Aécio afirmou que o PSDB vai escolher
seu candidato somente na virada de 2013 para 2014, mas deu um passo a mais do
que o colega do PSB. "Posso ser eu? É uma possibilidade, e não posso fugir
disso. É uma decisão que deve ser tomada pelo partido. Obviamente, se recair a
mim a responsabilidade, vou estar preparado para isso." Os dois concordam
em um ponto: Dilma deve ser a candidata do PT à reeleição.
Reeleito em Belo Horizonte
tendo Aécio como maior fiador, o prefeito Marcio Lacerda é do PSB de Campos.
Venceu o petista Patrus Ananias, apoiado por Dilma.
O governador de Pernambuco conseguiu
eleger seu candidato, Geraldo Julio, prefeito de Recife. Derrotou
principalmente os petistas, que lançaram o senador Humberto Costa, terceiro
colocado.
Aécio quer lançar Lacerda ao governo
mineiro em 2014 para tentar atrair Campos na disputa pelo Planalto. Ambos não
descartam esse acordo, mas preferem valorizar as alianças regionais. "Nós
temos essa relação com o PSDB à luz do dia, não às escondidas", disse o
governador de Pernambuco. "Há uma
identidade do PSB com PSDB no país em vários lugares", afirmou Aécio.
O tucano mudou de estilo e
protagonizou na campanha embate público com Dilma, a quem chamou de
"estrangeira" pela interferência na eleição em Belo Horizonte. A
presidente revidou. Lembrando ser mineira, disse que deixou a cidade por causa
da ditadura militar, e não "foi à praia", uma provocação às
rotineiras viagens de Aécio ao Rio de Janeiro.
"Eu acho que ela está ajudando a
fazer minha campanha no Rio. Isso é uma grande bobagem. A resposta está aí:
temos um projeto muito bem aprovado em Minas", disse ontem o senador.
Campos deu um recado para quem, desde
já, se incomoda com o avanço eleitoral de sua legenda: "É bom para a
presidente Dilma ter um partido amigo crescendo". Sob seu comando, a sigla
socialista cresceu nestas eleições. O próprio governador acumulou um ganho
pessoal com reflexos nacionais: desbancou o PT de Recife ao eleger um afilhado
político até então desconhecido.
Fonte: site r7 09/10/2012
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