Definições de segundo turno tiveram
influência das duas lideranças políticas.
Mais até do que os três prefeitos
eleitos, o governador Raimundo Colombo (PSD) e o senador Luiz Henrique da Silveira
(PMDB) são os grandes vitoriosos do segundo turno das eleições municipais em
Santa Catarina.
O primeiro, comemorou a vitória do
aliado Cesar Souza Junior (PSD) sobre Gean Loureiro (PMDB) em Florianópolis,
colocando pedras no caminho do atual prefeito Dário Berger (PMDB) em sua
pretensão de ser candidato do PMDB ao governo.
O segundo, manteve intacto o prestígio
de maior articulador político do Estado ao ser o principal fiador da
surpreendente vitória do empresário Udo Döhler (PMDB), em sua estreia nas
urnas, contra Kennedy Nunes (PSD).
Como pano de fundo de ambas as
disputas, um projeto só: a manutenção da tríplice aliança (PSD, PMDB e PSDB) em
torno de Colombo em 2014. Luiz Henrique foi o grande arquiteto da articulação
que manteve os partidos unidos em 2010, quando os três tinham pré-candidatos ao
governo. Se Udo Döhler fosse derrotado no último domingo, ficaria enfraquecido
diante da ala peemedebista que aposta em aproximação com o PT e lançamento de
candidatura própria ao governo estadual — projeto representado por Dário Berger
(PMDB).
Dessa forma, mesmo vendo o colega de
partido Kennedy Nunes derrotado em Joinville, Colombo não tem do que se
queixar. Por lealdade a LHS, Colombo não participou da campanha do pessedista
joinvilense. No período pré-eleitoral, chegou a convidar Kennedy para ser
secretário estadual, na tentativa de tirá-lo da disputa.
Em Blumenau foi travada outra disputa
dentro da tríplice aliança, mas entre PSD e PSDB. Nesse caso, estava em jogo o
fortalecimento da liderança do atual prefeito João Paulo Kleinübing (PSD), que
apostava em Jean Kuhlmann (PSD) contra a candidata do PT, Ana Paula Lima.
O crescimento da candidatura de
Napoleão Bernardes (PSDB) na reta final do primeiro turno, ampliado no segundo,
desfez todas as perspectivas e recolocou o PSDB no jogo de 2014.
A mais expressiva vitória tucana em 7
de outubro havia sido a reeleição de Clésio Salvaro (PSDB) em Criciúma, com
mais de 70% dos votos. Mas essa conquista ainda depende de confirmação no
Tribunal Superior Eleitoral, porque o tucano está enquadrado na Lei Ficha
Limpa, o que pode resultar em nova eleição na principal cidade do Sul do
Estado.
Com a vitória em Blumenau, os tucanos
ganham uma vitrine para 2014 e fortalecem a ideia de candidatura própria, hoje
encarnada pelo senador Paulo Bauer (PSDB).
Os resultados do segundo turno
confirmam um quadro desenhado no primeiro turno, quando o PMDB venceu no maior
número de municípios, o PSD avançou sobre importantes redutos eleitorais
adversários e os partidos de oposição, especialmente PT, saíram fragilizados.
Os petistas ampliaram o número de
prefeituras a administrar, mas não emplacaram nenhuma entre as dez maiores
cidades catarinenses. Além disso, saem divididos do segundo turno.
Em Florianópolis, as principais
lideranças estaduais do partido — Ideli Salvatti, Claudio Vignatti e José
Frisch — apoiaram ostensivamente Gean Loureiro, mesmo contra a orientação de
neutralidade do PT municipal. Apostavam no fortalecimento de Dário e tirar o
PMDB da aliança que governa o Estado.
Em Joinville, o trauma foi ainda
maior. Enquanto as lideranças estaduais sinalizavam pró-Udo, o prefeito Carlito
Merss (PT), terceiro colocado no primeiro turno, surpreendeu indicando apoio a
Kennedy. Os resultados deixaram os petistas sem ter o que comemorar.
Fonte:
site Jornal A Notícia 28/10/2012
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