Na contramão do encolhimento nacional,
os dois principais partidos de oposição ao governo federal cresceram nas nove
principais regiões metropolitanas do país.
PSDB e DEM terão, juntos, 33
prefeituras nessas regiões --cinco a mais do que possuem hoje-- e vão governar
para 7,1 milhões de pessoas, ante os 3,3 milhões atuais, uma alta de 114%.
Apesar desse suspiro, as duas legendas
continuam distantes nessas grandes áreas urbanas dos patamares alcançados pelos
principais partidos da base aliada do governo de Dilma Rousseff, como PT, PMDB
e PSB.
A Folha analisou os resultados nas
seguintes regiões metropolitanas: São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre,
Campinas, Curitiba, Salvador, Recife e Fortaleza.
Nos
210 municípios dessas regiões, que concentram mais de 40% do PIB nacional,
vivem 57 milhões de brasileiros --ou 29% da população do país-- e quase 42
milhões de eleitores.
No caso dos principais partidos de
oposição, a alta foi puxada pela vitória do DEM em Salvador, terceira maior
metrópole do país, e do PSDB em cidades como Jaboatão dos Guararapes, segunda
maior da região de Recife, e Betim, terceira do entorno de Belo Horizonte e uma
das mais ricas de Minas Gerais.
"Voltamos esforços para as
grandes cidades, que têm eleitorado menos dependente do governo federal",
diz o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Ele reconhece,
porém, que o partido teve participação "inexpressiva" nas regiões de
Salvador, Fortaleza e Rio. O PT, que tinha 44 prefeituras, passará a governar
38.
Mesmo com reveses importantes em
Fortaleza e Recife e em outras cidades nas quais perdeu o comando, como
Contagem (MG), Belford Roxo (RJ) e Diadema (SP), petistas governarão para 18,7
milhões em áreas metropolitanas.
A alta, de 42% em relação ao cenário
atual, se deve à retomada de São Paulo. É também na Grande SP que o PT comanda
o maior número de prefeituras --nove, tendo sido reeleito em seis.
Para o cientista político pela USP
Celso Roma, o governo de áreas metropolitanas "confere prestígio e
visibilidade". "Como venceu em grandes centros, a oposição terá a
oportunidade de projetar novos líderes e modelos alternativos de
desenvolvimento para o país", afirma Roma.
PPS
Aliado de tucanos e democratas, o PPS
é o partido de oposição que praticamente sumiu dos grandes centros analisados.
De nove prefeituras atuais, passará a ter duas --total de 63 mil habitantes.
O partido, porém, venceu em Vitória
(ES), que não está entre as maiores metrópoles.
Aliado
do PT no plano federal, o PSB dos governadores Eduardo Campos (PE) e Cid Gomes
(CE) foi o partido que mais cresceu nas regiões metropolitanas analisadas. Só
nas regiões de Fortaleza e Recife, o PSB governará para 5 milhões de habitantes
--ante 523 mil hoje. Em todas as regiões analisadas, o partido, que hoje tem 18
prefeituras, passará a 24, e governará para 9,9 milhões.
Em um eventual cenário em que PSB
(hoje governista) e PSDB (oposição) estejam juntos em 2014, ambos terão sob seu
governo 13,8 milhões de pessoas nos grandes centros pelo país --ainda menos que
o PT sozinho.
No cenário nacional, o PSDB e o DEM
reduziram o número de prefeituras de 787 para 704 e de 495 para 276,
respectivamente.
Fonte:
site Jornal Folha de São Paulo 31/10/2012
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