O governador de Pernambuco, Eduardo
Campos (PSB), diz estar com a cabeça em 2013 e afirma que as eleições
presidenciais serão discutidas só em 2014.
Mas sua agenda e sua estratégia de
comunicação já o indicam como candidato ao Planalto.
Além de ter subido o tom em críticas
recentes ao governo federal, Campos anda com a agenda repleta de encontros com
empresários, políticos diversos e jornalistas e até lançou um perfil
"nacional" no Instagram --rede social de compartilhamento de fotos.
Seu perfil, administrado por
assessores, adotou o BR no nome, em vez do estadual PE:eduardocamposbr.
Até ontem pela manhã, 651 seguidores
visualizavam 79 imagens do governador em momentos de trabalho e de descontração
com a família.
Campos ainda mantém intactos dois
hábitos: sempre olhar para as câmeras das TVs durante as entrevistas e sempre
andar acompanhado de cinegrafista e fotógrafo.
Mídia:
O grupo de comunicação do governo tem
41 funcionários. A equipe distribui textos à imprensa com destaque a
declarações do governador e transmite ao vivo pelo site eventos oficiais.
Essa estrutura, segundo o governo, é a
mesma desde 2007, quando Campos assumiu o primeiro mandato.
O governador e presidente nacional do
PSB também tem cuidado da sua imagem. Nos eventos públicos, por exemplo, adota
estratégia semelhante à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Seu fotógrafo oficial sempre distribui
cartões aos fãs que posam para fotos com o governador e depois querem uma cópia
de recordação.
Esses eventos, antes acompanhados só
pela imprensa local, agora contam com jornalistas de outros Estados, que
passaram a ver Campos criticar o governo federal.
Entre
os alvos estiveram o financiamento da saúde, o deficit habitacional, as desigualdades
regionais e o desempenho da economia.
O governador ainda diz combater o que
chama de velha política, numa crítica ao embate de PT e PSDB.
"Ele entrou [na mídia nacional]
como o governador bem avaliado e com essa proposta do novo pacto federativo",
afirma Adriano Oliveira, cientista político e professor da Universidade Federal
de Pernambuco (UFPE).
DEFINIÇÃO
Oliveira diz que o momento para Campos
anunciar a candidatura está nas mãos da presidente Dilma Rousseff.
Caso ela dê um ultimato, Campos terá
de informar sua decisão e antecipar o "fuso horário" do PSB, aliado
do Planalto à frente de dois ministérios (Integração Nacional e Secretaria de
Portos).
Segundo a legislação eleitoral, ele
tem até o fim de março de 2014 para deixar o cargo e disputar a eleição.
Pesquisas de popularidade também podem
acelerar o relógio socialista, caso apontem que Campos já está sendo
reconhecido pelo país.
"Para não perder a identidade e o
eleitorado não o ver como oportunista, traidor ou do mesmo campo do PT, ele vai
ter de se posicionar", diz o professor da UFPE.
Ex-rival e atual aliado, o senador
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) afirma que o próprio PT estimula Campos.
"As declarações de Lula [ao
lançar Dilma à reeleição] aumentaram a disposição dele de disputar a eleição.
Acho que fizeram uma tentativa de acuá-lo, de intimidá-lo, e aí a coisa foi
pior, o estimulou".
Fonte: Site Folha.uol 10/03/2013
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