O conservadorismo é uma corrente de
pensamento político surgida na Inglaterra, no final do século XVIII, pelo
político whig Edmund Burke,
como uma reação à Revolução Francesa,
cujas utopias resultaram imediatamente em instabilidade política e crise social
na França. O pensamento conservador expandiu-se pelo mundo principalmente
após o período do Terror jacobino, que, durante o auge da Revolução,
causou a morte de 35 mil a 40 mil pessoas.
O termo "conservador" denota
a adesão a princípios e valores atemporais, que devem ser conservados a
despeito de toda mudança histórica, quando mais não seja porque somente neles e
por eles a História adquire uma forma inteligível. Por exemplo, a noção de uma
ordem divina do cosmos ou a de uma natureza humana universal e permanente.
Para os conservadores, as melhores
instituições sociais e politicas não são aquelas que são inventadas pela razão
humana (como defende o chamado racionalismo político), mas sim as que
resultam de um lento processo de crescimento e evolução ao longo do tempo (como
a não-escrita constituição inglesa face às Constituições promulgadas pelos
revolucionários franceses).
Não acreditando na "bondade
natural do Homem", os conservadores consideram que são os
constrangimentos introduzidos pelos hábitos e tradições que permitem o
funcionamento das sociedades, pelo que qualquer regime duradouro e estável
só poderá funcionar se assente nas tradições.
Assim, para os conservadores não faz
sentidos elaborar projetos universais de sociedade ideal - não só tal sociedade
será inatingível (devido ao que acreditem ser a imperfeição intrínseca da
natureza humana), como, devido a diferentes povos terem diferentes histórias e
tradições, o modelo social mais adequado a um povo não será o mais apropriado a
outro - criticando os revolucionários franceses, Joseph de
Maistre escreveu "A Constituição de 1795 (...) foi feita para o
homem.
Ora, não existe homem no mundo. Tenho
visto na minha vida franceses, italianos, russos, etc., mas quanto ao homem
declaro nunca o ter encontrado no minha
vida" (ou Metternich acerca da revolução napolitana
"Um povo que não sabe ler nem escrever, cuja última palavra é o punhal -
belo material para principios constitucionais!... A constituição inglesa é a
obra de séculos... Não há uma receita universal para constituições.").
Os conservadores consideram que
o individualismo e as promessas de liberdade irrestrita conduzem
ao estatismo e ao Totalitarismo: para eles, a dissolução da
sociedade realmente existente e das suas instituições tradicionais intermédias
gera um vazio que abre caminho ao crescimento da máquina estatal; assim, os
conservadores fazem a apologia desses corpos intermédios (família,
Igreja, comunidade local, etc.), em oposição tanto ao individualismo como ao
estatismo e ao coletivismo.
Há conservadores que se aproximam do
tradicionalismo, por exemplo quando se opõem à representação política
individualista, baseada no princípio “um homem, um voto”, baseando-se no
reconhecimento exclusivo do Estado e do Indivíduo, e ignorando os corpos
intermédios.
Em alternativa ao sufrágio
igualitário, direto e universal, os tradicionalistas têm lutado por sistemas de
representação de grupos (e não dos indivíduos), defendo representações não
ideológicas, como a representação municipal ou sindical, o mesmo número de
deputados por região (independentemente da população), etc.
Hoje em dia, os conservadores ingleses
não só os ligados ao Partido Conservador do Reino Unido tendem
sobretudo a defender o que está, como a defesa dos lordes hereditários, e os
conservadores americanos sejam ou não ligados ao Partido Republicano dos
Estados Unidos já defende o Colégio Eleitoral (em que o presidente é,
formalmente, eleito pelos estados e não pelos indivíduos).
Fonte: Wikipédia
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