Ao discursar em encontro de prefeitos
de São Paulo, tucano disse que governo não está preocupado com as questões
centrais do País.
O senador Aécio Neves (MG),
provável candidato do PSDB à Presidência da República em
2014, atacou nesta quinta-feira as criações do 39º ministério do governo Dilma
Rousseff (da Micro e Pequena Empresa), da quinta estatal (a Hidrobrás) e o
retorno do PR ao Ministério dos Transportes. Para Aécio, as medidas mostram que
a teoria da "faxina" da presidente Dilma indica "que era um
discurso sem consistência".
— O que move o governo em todas as
áreas é a lógica da reeleição — acusou o presidenciável.
Após discursar para prefeitos no 57º
Congresso Estadual de Municípios, em Santos (SP), Aécio disse que o governo
federal não está preocupado com as questões centrais do País, como "a
paralisia da economia, os gargalos da infraestrutura", entre outros.
— Isso só comprova o que tenho dito
permanentemente: quem governa o Brasil não é mais a presidente, é a lógica da
reeleição. Os espaços públicos não têm servido para melhorar a qualidade dos
serviços públicos, mas para garantir alguns minutos a mais na propaganda
eleitoral da presidente — concluiu o tucano.
Aécio também criticou a veiculação de
propaganda da Petrobras, que, segundo ele, vive uma situação
"gravíssima". — Considero acintosa a propaganda que a Petrobras
coloca no ar agora, no momento de extrema dificuldade por que passa a economia
— afirmou.
Em sua avaliação, além de falhar na
Petrobras, o governo também deixa a desejar nas áreas de logística e
infraestrutura:
— O que depende do setor privado vai
bem. O que passa a depender do setor público vai mal.
Para Aécio, cabe à oposição mostrar ao
País a diferença entre a situação "virtual", mostrada pelo governo, e
a situação "real". O tucano disse que seu discurso será focado nas
omissões, nas falhas e no caráter eleitoral das iniciativas do governo.
— O governo hoje é nosso maior aliado
para mostrar suas falhas — considerou o senador, que classificou a gestão da
presidente Dilma de "improvisada" e de um governo "da
insegurança jurídica".
Entre as críticas ao governo, Aécio
acusou o Palácio do Planalto de submeter o Congresso Nacional a uma
"posição vexatória", ao impor medidas provisórias, e não projetos de
lei para discussão.
— A base aceita essa posição
subalterna — comentou.
A participação de Aécio no congresso
estava prevista inicialmente para acontecer nesta sexta-feira, no mesmo dia em
que está prevista a participação do governador de Pernambuco, Eduardo Campos
(PSB). No entanto, a agenda foi alterada porque o governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin (PSDB), decidiu comparecer nesta quinta ao evento e sugeriu a
Aécio que viesse junto com ele. O senador negou que a troca de data tenha
acontecido para evitar um encontro com Eduardo Campos.
— Bom é vir com Geraldo, não acha? Eu
encontro com o Eduardo todos os dias, mais do que você imagina — brincou.
Fonte:
Jornal A Notícia 04/04/2013
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