Com dificuldades para formar alianças
com outros partidos, o senador Aécio Neves, potencial candidato do PSDB à
Presidência no ano que vem, terá que se empenhar também para segurar palanques
tucanos pelo país.
Atualmente o PSDB governa oito
Estados, mas cinco desses palanques podem ruir ou acabar divididos --entre eles
os dos dois maiores colégios eleitorais do país, São Paulo e Minas Gerais.
O mineiro já conversou com aliados
locais e terá na formação de candidaturas regionais uma de suas principais
missões após sua esperada eleição como presidente nacional da legenda, no final
do mês.
"Ele vai pilotar isso
pessoalmente. Mas os Estados já governados pelo PSDB são as alavancas maiores
do projeto nacional", diz o presidente do PSDB-MG, deputado federal Marcus
Pestana, que rechaça dificuldades com os aliados tucanos.
Em São Paulo, há problemas em vista
porque o governador Geraldo Alckmin (PSDB) trabalha para manter em seu governo
o PSB de Eduardo Campos, que deve ser adversário de Aécio.
O temor é que Alckmin não se empenhe
na candidatura do mineiro para não atrapalhar seu projeto de reeleição.
TERRA NATAL
O palanque está bambo também em Minas,
terra natal de Aécio, onde um dos cotados para concorrer é o vice-governador
Alberto Pinto Coelho, do PP, partido que integra a base do governo Dilma
Rousseff (PT).
A sigla ficou neutra nas eleições de
2010, mas seu novo presidente, o senador Ciro Nogueira, já defendeu apoio à
petista no ano que vem. Porém, como a maioria dos pré-candidatos pepistas é
mais ligada aos tucanos do que ao PT, aliados de Aécio dizem não esperar
problemas.
VICES
Em outros três Estados, os candidatos
dos governadores tucanos são de outras siglas ou podem migrar para novas
legendas e apoiar Campos.
O governador de Roraima, José de
Anchieta Júnior (PSDB), atualmente apoia seu vice Chico Rodrigues,
recém-filiado ao PSB do governador pernambucano.
Embora aliados de Anchieta afirmem que
a mudança não causa preocupação, já que a candidatura do pernambucano ainda não
está definida, Rodrigues já decidiu seu lado.
"Eu sou do PSB. Se o Eduardo
Campos for candidato, então ele será meu candidato", afirma Rodrigues.
Já o titular de Alagoas, Teotonio
Vilela, tem como principal nome para sua sucessão o vice Thomaz Nonô (DEM),
cotado para migrar para o PSB.
Nonô diz que ainda aguarda uma
conversa com Campos para definir seu destino. Mas mesmo que não mude de sigla,
o DEM, tradicional aliado dos tucanos, já deu sinais de que pode apoiar Campos.
A
candidatura do pernambucano também virou um fantasma para Aécio no Tocantins,
onde o governador Siqueira Campos (PSDB) planeja eleger seu filho, Eduardo
Siqueira Campos (PSDB), que também está sendo sondado pelo PSB.
O secretário-geral do PSDB, deputado
federal Rodrigo de Castro, afirma que o partido trabalha com a perspectiva de
ter oito governadores apoiando o mineiro.
"Os governadores apoiam Aécio e
têm falado que irão deixar um palanque favorável", afirma.
Fonte: Site O Folha SP 05/05/2013
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