Aconteceu
em 02 de Maio de 2010
Em uma pequena cidade em Santa Catarina ,
duas mulheres estão em pé de guerra: falam até em fazer justiça com as próprias
mãos.
Tudo por causa de uma cadelinha.
Para não passar uma eternidade
brigando na Justiça, eles pediram ajuda ao conciliador Rafale Bernardini. Nova
Trento, interior catarinense, é a cidade de Santa Paulina, a única santa
brasileira. Uma aprazível, amigável cidade de 12 mil habitantes. O que pode
acontecer num lugar desses? A dona de casa Idinéia Turaci e a dona de pet shop
Sandra Dalri estão brigando para valer na Justiça. O motivo é uma simpática
cachorrinha.
Uma cadela para duas donas:
A cadelinha no centro da confusão em Santa Catarina teve
três nomes e uma história de abandono. Encontrada na rua por uma dona de pet
shop, em setembro do ano passado, a cachorra ganhou primeiro o nome de Belinha.
Belinha foi doada a um senhor, mas
logo apareceu de novo nas ruas. Até que a dona de casa Idinéia acolheu a
bichinha. A pedido do Fantástico, o conciliador Rafael Bernardini, nomeado pelo
Tribunal de Justiça de São Paulo, esteve em Nova Trento.
“Os rapazes ficavam jogando pedra
nela. Ficamos com pena, e meu menino a pegou”, conta Idinéia.
Belinha virou Meg e ficou um mês com
Idinéia. Acabou fugindo de novo no fim de janeiro. “Todo dia eu ia procurar a
cachorrinha. Para falar a verdade, nem dormia direito à noite”, conta a dona de
casa.
Uma semana depois, Meg foi parar na
casa de Sandra, uma mulher que cria animais abandonados. A cadelinha passou a
ser chamada de Bianca. Idinéia ficou sabendo e pediu a vira-lata de volta. Foi
aí que começou a briga. Sandra acusa a rival de não ter cuidado da saúde da
cadela.
“Ela não inspira nenhuma confiança
para cuidar da cachorra”, diz Sandra.
O médico veterinário Glauber
Gelsleichter, amigo de Sandra, confirma que a cadelinha estava doente. “Ela
estava sentindo muita dor. Foi constatado um problema de infecção uterina. Além
disso, precisava ser feita remoção de dente, porque havia bastantes dentes
comprometidos”, descreve Glauber Gelsleichter.
Sandra pagou o tratamento e agora
acredita que tem todo o direito de ficar com a cachorra. “Eu acho muito errado
devolver para uma pessoa que não tratou do animal”, critica.
Idinéia abriu um processo contra
Sandra. Ela diz que os filhos sentem muita falta da cachorrinha. “Eu só sei
dizer que quero ela de volta. Não vou desistir da minha cachorra”, afirma
Em busca da conciliação:
As mulheres que disputam a cachorrinha
seguiram para a Casa da Cidadania, em Nova Trento. Em
Nova Trento, Sandra não quis saber de conversa. O conciliador Rafael Bernardini
lembrou que Sandra não tem provas de que Idinéia não cuidava da cachorra. Em São Paulo , Silvando
disse que os vizinhos lavaram as mãos. A audiência virou uma confusão. O conciliador
tentou pôr ordem.
“Pode levar até dois anos para a
conclusão, ao passo que o caso poderia ter sido solucionado em poucos dias com
uma conciliação entre as partes”, avalia o juiz Rafale Bottan.
“Estou tranquila. A cachorra está bem
na minha casa por enquanto. Espero manter a custódia dela no futuro”, diz
Sandra.
Fonte:
site fantástico.globo.com 02/05/2010
Nenhum comentário :
Postar um comentário