Após recesso de duas semanas,
o Congresso retoma as atividades nesta quinta-feira com uma pauta
de votação recheada de polêmica e que deve ampliar o racha na base de
governo.
A primeira delas deverá ser a proposta que destina recursos dos
royalties do petróleo para saúde e educação, que tramita em regime de urgência
e já tranca a pauta da Câmara. O Planalto conseguiu minimizar a
derrota sofrida na Casa, modificando o texto no Senado e reduzindo a
previsão de gastos, mas os parlamentares prometem não deixar por menos.
Protestos, eleições em 2014 e queda de
popularidade da presidente Dilma Rousseff formam o combustível que deve
inflamar o debate político. Os aliados reclamam de desarticulação do Planalto e
de atropelo do Legislativo pelo Executivo.
Há ainda um movimento na tentativa de
derrubar vetos presidenciais a projetos aprovados por deputados e senadores, o
que muitos consideram uma espécie de "afronta". Um exemplo é o veto
parcial à proposta que estabelece novas regras para a divisão dos recursos
do Fundo de Participação dos Estados (FPE).
— Dilma tem total falta de
sensibilidade política, e isso é terrível. Quando ela estava em alta, todos a
aturavam porque a opinião pública achava que ela era competente e que estava
limpando os erros do Lula — diz o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).
Para o coordenador da bancada gaúcha,
deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), o Planalto precisa ter "mais humildade e
menos arrogância" e dialogar com o Congresso.
— Nesse momento, precisamos ter uma
grande conversa da Casa Civil com as lideranças da base, sob pena de o governo
acumular muitas derrotas — avalia.
Entre as projetos que visam dar uma
resposta às reivindicações das ruas, estão o passe livre para estudantes do
país, que tramita no Senado, e o fim do voto secreto no Congresso e a
minirreforma eleitoral, na Câmara.
Os deputados também deverão analisar a
proposta que torna corrupção crime hediondo, além da cassação do mandato do
deputado Natan Donadon (PMDB-RO), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF)
à prisão pelos crimes de peculato e formação de quadrilha.
Fonte: Site Jornal A Notícia 31/07/2013
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