A presidente Dilma Rousseff (PT) largou na frente na
montagem de palanques de apoio na região Nordeste, reduto eleitoral do
governador de Pernambuco e possível adversário em 2014, Eduardo Campos (PSB).
A petista deve ter candidaturas aliadas estruturadas
nos nove Estados e dois nomes na disputa majoritária em pelo menos quatro
(Maranhão, Ceará, Alagoas e Paraíba).
Campos planeja lançar candidatos em todos os Estados
da região, mas sem perspectiva de duplo apoio em nenhuma praça.
Aécio Neves (PSDB-MG) deverá contar com nomes aliados
nos nove Estados, mas os tucanos enfrentam dificuldades para montar palanques
sólidos nos maiores eleitorados.
É nesse eixo que Dilma aposta suas fichas. Ela terá
aliados tidos como competitivos na Bahia (26% do eleitorado da região),
Pernambuco (17%) e Ceará (16%).
O problema para os petistas é que a saída de Campos
da coalizão governista e o consequente lançamento do seu nome ao Planalto cria
barreira para que ela repita o feito de 2010, quando obteve no segundo turno
70% dos votos válidos no Nordeste.
Reeleito governador com 83% dos votos válidos em
2010, Campos tem o principal palanque em seu Estado , mesmo não tendo ainda definido o nome
que irá apoiar para a sua sucessão.
Seu entrave mais sério no Nordeste é o Ceará, Estado em que Dilma conseguiu
manter sob sua influência o governador Cid Gomes e seu irmão, o ex-ministro
Ciro Gomes. Ambos não aceitaram a cisão com o Planalto e deixaram o PSB de
Campos para ingressar no neogovernista Pros.
Já Aécio tem apoio tímido em Pernambuco, onde pode
até mesmo se aliar ao candidato de Campos, e no Ceará, onde dependerá quase que
exclusivamente do amparo de Tasso Jereissati (PSDB), que não conseguiu se
reeleger para o Senado em 2010.
Na Bahia, ele espera a definição da candidatura de
oposição entre o ex-governador Paulo Souto (DEM) e Geddel Vieira Lima (PMDB).
"Há um certo mito nessa história de palanques. O
eleitor vota com a convicção, com o convencimento", afirma o senador
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), um dos principais articuladores da candidatura de
Aécio e ex-governador da Paraíba.
Para ele, o ingresso de Campos na disputa e o que ele
chama de "esgotamento" dos efeitos do Bolsa Família como novidade
eleitoral afetarão a performance petista na região.
"O cenário nordestino é muito bom para Dilma,
ela sai com larga vantagem em relação a qualquer outro. Por aqui, não temos
medo de enfrentar a campanha", contra-argumenta o líder da bancada do PT
na Câmara, José Guimarães (CE).
Aliados de Campos apostam em sua identidade com o
Nordeste para dar a ele desempenho expressivo na região no ano que vem.
INDEFINIÇÂO:
No Maranhão, Estado de tamanho intermediário do
Nordeste, os três presidenciáveis ensaiam apoio ao nome de Flávio Dino (PC do
B), que lidera as pesquisas e que está hoje no governo federal, presidindo a
Embratur.
Mas a família Sarney pressiona a presidente Dilma a
ficar com o candidato do clã, ainda indefinido. Nos outros cinco Estados Dilma
também já tem perspectivas de palanques, mas em Sergipe pode dividi-lo com
Campos.
O governador de Pernambuco e Aécio podem dividir o
palanque na Paraíba e no Piauí, Estados hoje governados pelo PSB. Em Alagoas, a
situação é uma das mais indefinidas, já que o governador Téo Vilela (PSDB)
ainda não escolheu quem irá apoiar.
Fonte:
Site Folha SP 30/10/2013
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