Maiores bancadas não tomaram posição
sobre situação do presidente afastado há 72 dias.
O deputado estadual Romildo Titon
(PMDB) está há três vezes mais tempo afastado da presidência da Assembleia
Legislativa do que o período em que comandou o Legislativo estadual, 72 dias
contra apenas 23 no cargo. E a posição das cinco maiores bancadas da Casa
durante todo esse período foi a mesma: esperar.
O discurso padrão é de que renunciar
ao cargo é uma decisão pessoal de Titon ou, no máximo, da bancada peemedebista.
No PSD, o líder Darci de Matos resumiu que a bancada aguarda decisões da
Justiça e do deputado para se posicionar. Alega também que espera por uma
resposta do Superior Tribunal de Justiça ao afastamento determinado pelo
Tribunal de Justiça – que ainda não publicou o texto da decisão.
– Claro que isso tem criado
desconforto ao parlamento e também à sociedade, mas essa é uma questão de foro
íntimo, dele e da bancada do próprio PMDB. É a partir de uma tomada de posição
que nós vamos nos movimentar – disse Valmir Comin, líder do PP na AL.
– Quem tem que estar tomando
providências é o Judiciário e dizer se está condenado ou absolvido. Eu não
posso condenar uma pessoa sem o veredicto final – disse o líder do PSDB, Doia
Guglielmi.
Já a liderança do PMDB, o deputado
Moacir Sopelsa, garante que não está cobrando uma posição de Titon, que quer
apenas conversar com o deputado para saber quais as novas informações que o
parlamentar obteve em suas agendas não divulgadas feitas em Brasília.
Líder da oposição, Neodi Saretta (PT)
disse apenas que o assunto será discutido na próxima reunião entre os deputados
estaduais da legenda, na terça-feira que vem.
.: Maior contundência nos
partidos menores
Quem destoa é Amauri Soares, do PSOL,
que pede a renúncia coletiva da mesa diretora desde fevereiro.
– A situação se torna vexatória para o
poder Legislativo, que não tem tomado qualquer iniciativa. Nem no campo
político, de levar essa discussão para fora do espaço da mesa diretora, e nem
do ponto de vista jurídico – diz Soares.
A deputada Angela Albino, do PCdoB,
pretende levar o caso para a Comissão de Ética da Assembleia. Para isso,
aguarda o Tribunal de Justiça concluir o acórdão da sessão do Órgão Especial
que manteve Titon afastado do cargo, em 16 de abril.
Ela pretende basear o processo nas
declarações do desembargador José Trindade dos Santos de que o deputado teria
tentado dificultar o acesso a documentos quando foi deflagrada a Operação Fundo
do Poço. Nos bastidores, a ação junto ao Conselho de Ética é vista com
desconforto, porque forçaria uma tomada de posição.
Fonte: Site Jornal A Notícia 09/05/2014
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