O presidente do Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB), Benito Gama, confirmou no início da tarde deste sábado (21)
o apoio do partido à candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência
da República.
Gama já havia comunicado a posição do partido ao ministro da Casa
Civil, Aloizio Mercadante, na sexta-feira (20).
O anúncio do presidente do PTB foi
feito após reunião no Hotel Ibis, situado no bairro do Rio Vermelho, em
Salvador. A posição do partido será tornada oficial durante a convenção
nacional do PTB, marcada para o dia 27 de junho.
"Quisemos avisar com antecedência
porque seria muita indelicadeza deixar para avisar a presidente no dia da convenção.
Preferi fazer isso agora e apoiar a maioria do meu partido", disse Gama.
A decisão é uma baixa para a campanha
da presidente Dilma Rousseff, que contava com o tempo de TV do partido na
propaganda eleitoral. Segundo o primeiro-secretário do PTB, Norberto Martins, o
partido deve ter entre de 1 minuto e 5 segundos a 1 minuto e 10 segundos.
O tempo exato ainda será definido
oficialmente pelo Tribunal Superior Eleitoral e é calculado conforme o tamanho
da bancada na Câmara, onde o PTB tem atualmente com 17 deputados federais em
exercício.
A relação da bancada com o governo não
muda, mas vamos entregar o cargo que nós temos no governo"
Benito Gama, presidente do PTB.
'Rupturas': Gama afirma que o
principal motivo para o rompimento com o PT foram "rupturas" em
acordos previamente feitos com o PT sobre o lançamento de candidatos nos
estados de Roraima, Piauí, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Ele destacou que
não tem "nada contra a presidente".
Benito Gama afirmou também que a
bancada do partido manterá o apoio aos projetos do governo na Câmara e no
Senado. "A relação da bancada com o governo não muda, mas vamos entregar o
cargo que nós temos no governo, a vice-presidência da Caixa Econômica Federal
[ocupada por Luiz Rondon], na segunda-feira (23)", afirmou.
Segundo o primeiro-secretário do PTB,
Norberto Martins, a decisão não tem mais volta e deverá ser oficializada na
convenção na próxima sexta (27) por aclamação. "Não há mais como voltar
atrás, diria que é impossível deixar de apoiar Aécio", afirmou.
Benito Gama e Aécio Neves se falaram
neste sábado (21) por telefone e devem se encontrar na próxima quarta (25), em
Brasília, para conversar sobre a aliança. O PSDB confirmou no dia 14 de
junho o nome de Aécio para a Presidência, mas ainda não definiu quem será o
candidato a vice, o que deve ocorrer até o fim de junho.
Aliança petista: Durante
a convenção do PT que oficializou neste sábado a candidatura de Dilma
à Presidência, lideranças do partido afirmaram que aliança continua
grande mesmo após saída do PTB. Para os petistas, a situação neste ano está
melhor que a de 2010 no que diz respeito aos aliados.
O PT espera contar com o apoio de oito
partidos - PCdoB, PDT, PP, PROS, PR, PSD, PRB e PR, que realizam convenções até
o final do mês para oficializar suas posições.
Líder do PT no Senado, Humberto Costa
(PE), disse que a campanha seguirá normalmente. "Naturalmente que nós
gostaríamos de ter todos os partidos na nossa base, mas vivemos uma situação
bem melhor até que a própria campanha de 2010", declarou Costa.
O ministro da Relações Institucionais,
Ricardo Berzoini, afirmou estar aberto a quem quiser dialogar.
"Trabalhamos para ter o máximo de partidos, principalmente para aqueles
que estiveram conosco nesse tempo todo. Mas evidentemente a aliança é sempre
complexa, envolve 27 estados e envolve a negociação nacional. Nós vamos
continuar dialogando com quem quiser dialogar e vamos trabalhar com quem já
está fechado. É a maior aliança da história do PT", afirmou Berzoini.
Já o líder do PT na Câmara, deputado
Vicentinho (SP), disse lamentar a saída do partido. "Depois de todo esse
período na bancada, mesmo com divergências, a gente caminhou ao longo desse
tempo. Lamentamos [a decisão o PTB] mas vamos para o povo […]. A nossa
militância sai daqui muito animada. Apostamos no povo, mas não deixo de lamentar",
declarou.
Fonte: Site O Globo 21/06/2014
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