Presidente do STF (Supremo Tribunal
Federal) e relator do processo do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa defendeu
nesta terça-feira (11)
que o Ministério Público Federal investigue o suposto
envolvimento do ex-presidente Lula com o esquema operado pelo empresário Marcos
Valério.
Sem dar detalhes do conteúdo, Barbosa
disse que teve "conhecimento oficioso" (fora dos autos) do novo
depoimento prestado por Valério ao Ministério Público Federal, em setembro,
após ter sido condenado a mais de 40 anos de prisão pelos crimes cometidos no
mensalão em julgamento no Supremo.
Valério afirmou à Procuradoria-Geral
da República que pagou despesas pessoais de Lula em 2003, por meio de depósitos
na conta de uma empresa do ex-assessor pessoal de Lula, Freud Godoy, segundo
revelou o jornal "O Estado de S. Paulo".
Questionado se o Ministério Público
deve abrir inquérito para apurar o envolvimento do ex-presidente, Barbosa
concordou: "Eu creio que sim". Como Lula não tem mais foro
privilegiado, ele seria investigado pela primeira instância.
Ainda de acordo com a reportagem,
Valério também relatou que Lula avalizou pessoalmente, em encontro no seu
gabinete, no Palácio do Planalto, os empréstimos contraídos junto ao Banco
Rural para alimentar o esquema de compra de apoio parlamentar. Segundo Valério,
suas despesas com advogado são pagas pelo PT.
Ao longo de mais de quatro meses de
julgamento, o STF definiu que o mensalão foi um esquema de desvio de recursos
públicos e empréstimos fictícios para a compra de apoio de político no
Congresso no início do governo Lula (2003-2010).
Dos 37 acusados, 25 foram condenados
por crimes como corrupção, peculato, lavagem de dinheiro, entre eles o
ex-ministro José Dirceu, homem forte do governo Lula, é o ex-tesoureiro do PT
Delúbio Soares.
As falas de Valério são recebidas com
cautela pelo Ministério Público Federal, uma vez que a declaração poderia ser
uma movimentação para se livrar da condenação. O procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, já chegou a chamar o empresário de jogador.
Fonte: site Jornal Folha de São Paulo 11/12/2012
Nenhum comentário :
Postar um comentário